Uma das maiores guerras do Brasil aconteceu no RS

Uma das maiores guerras da história do Brasil aconteceu no território do Rio Grande do Sul. Em 1836, no século XIX, aconteceu no RS a Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolta dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, evento que impactou a história do país.

A guerra ocorreu devido a um movimento da elite gaúcha, que tinha como objetivo taxar o charque (carne-seca) – principal alimento dos escravos – vendido pelos estrangeiros no Brasil, além de outras motivações. Confira abaixo mais informações sobre o conflito.

Guerra dos Farrapos aconteceu no Rio Grande do Sul

Na época, a produção do charque estava ligado aos grandes criadores de gado do RS. A insatisfação que levou à revolução teve origem na cobrança de impostos: enquanto os produtores regionais eram fortemente taxados, menos impostos eram cobrados sobre o charque produzido por uruguaios e argentinos.

A questão da carne-seca foi uma das principais razões para a revolta, mas não foi a única. As elites estavam também insatisfeitas com outras questões, como a taxação sobre o gado na fronteira com o Uruguai, centralização do governo, falta de autonomia na província, criação da Guarda Nacional, prejuízos provocados por uma praga de carrapatos, entre outros.

Todos os fatores combinados resultaram no conflito, que começou em 20 de setembro de 1835. A princípio, o objetivo era apenas a reivindicação das exigências, mas com o tempo, o conflito ganhou um caráter separatista – os gaúchos buscavam mais autonomia do governo central. Ocorreram diversas batalhas em território gaúcho, até o final, em 1845.

Após a derrota dos farrapos, a revolta terminou com a assinatura do Tratado de Poncho Verde, na qual foram aceitos os termos do governo, que incluíam anistia para os envolvidos no movimento, taxação em 25% sobre o charque estrangeiro, entre outros. Alguns dos itens, como alforria para os escravos que lutaram na revolução, não foram cumpridos.

Arte: Carga de cavalaria Farroupilha, Guilherme Litran / Acervo do Museu Júlio de Castilhos