Saiba por que a Antártica assusta a população do Rio Grande do Sul

O atual estado da Antártica é preocupante e causa medo na população do Rio Grande do Sul. Em entrevista recente para o portal GZH, o pesquisador da UFRGS, Jefferson Cardia Simões, apontou grandes riscos que o continente gelado pode trazer para os gaúchos no futuro.

Após 26 expedições e quase 40 anos dedicados ao estudo da Antártica, o cientista descobriu que o derretimento crescente do mar congelado no continente pode transformar para sempre o clima e a paisagem do Rio Grande do Sul. Confira abaixo mais informações sobre o estudo.

Derretimento da Antártica pode mudar o clima do RS para sempre

Segundo o pesquisador, as mudanças climáticas já serão visíveis nos próximos anos, com consequências graduais para a população. O maior perigo está nos litorais: Jefferson aponta na entrevista que o derretimento das geleiras trará o aumento no nível do mar, mudando o desenho da costa gaúcha.

“O Rio Grande do Sul está atrasado. Precisamos saber quais as consequências para a planície costeira gaúcha com o aumento do nível do mar esperado para os próximos 30 a 80 anos. Temos cenário de aumento de até 1m20cm nos próximos 80 anos. Isso terá consequências sérias no urbanismo litorâneo. A frente da linha costeira gaúcha não será a mesma.”, alerta o cientista.

O pesquisador afirma que as mudanças climáticas na Antártica trarão impactos diretos no mercado imobiliário do Rio Grande do Sul. Com o avanço do mar para o interior do estado, a tendência é que os imóveis nas áreas costeiras sejam submersos pela água.

Além das consequências litorâneas, Jefferson afirma que o derretimento da Antártica trará o aumento das temperaturas, mudança nas chuvas e tornará a água mais escassa. “Temos de pensar que a geração dos meus netos viverá em um Rio Grande do Sul 2 °C mais quente, ou mais, com uma distribuição de precipitação diferenciada”.

O pesquisador conclui com um apelo para mais investimentos na ciência no Brasil: “É preciso melhorar os valores das bolsas, entender que as atividades de ensino e pesquisa andam juntas e valorizar as universidades brasileiras.”