RS é o Estado com maior número de mulheres na Polícia Civil do país

Na última semana, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou um estudo demonstrando que o Rio Grande do Sul possui a maior porcentagem de mulheres na Polícia Civil entre todos os Estados brasileiros. Além disso, a ocupação funcional feminina na polícia militar gaúcha ocupa o terceiro lugar no ranking nacional. Esses dados evidenciaram uma realidade regional bem diferente da média nacional.

Na Polícia Civil gaúcha, 43,1% dos cargos são ocupados por mulheres, índice bem superior à média nacional, que é de apenas 27%. De acordo com o chefe de polícia do Estado, o delegado Fernando Sodré, essa predominância feminina é resultado da abertura das instituições para o trabalho feminino e do crescente interesse das mulheres em ocupar funções públicas. Ele defende que a diversidade nesses espaços traz uma ampliação da visão de mundo e agrega uma maior capacidade de reflexão e percepção sobre o trabalho.

RS também se destaca no número de mulheres na Polícia Militar

No caso da Brigada Militar (BM), a presença feminina também é marcante, com 20,9% de mulheres ao todo. Segundo o comandante-geral da BM, Cláudio Feoli, as mulheres apresentam um alto poder de empatia e contribuem para trazer uma imagem mais amigável para a corporação. Ele ainda destaca a competência e o comprometimento feminino em todas as funções.

Apesar dos progressos observados no Rio Grande do Sul, a realidade nacional apresenta uma marcante desigualdade. O pesquisador Rodrigo de Azevedo, da Escola de Direito da PUCRS, destaca que a média nacional para a Polícia Militar é de apenas 12,8%. Além disso, os Estados do Rio Grande do Norte e Ceará são os que possuem o pior indicador para esta corporação, com apenas 6,1% de vagas ocupadas por mulheres.

Marlene Spaniol, professora e pesquisadora da UFRGS, aponta que as mulheres têm demonstrado um alto nível de dedicação e foco no serviço público. Ela acredita que a estabilidade e melhores remunerações oferecidas por essas funções atraem muitas mulheres. Porém, ainda há a necessidade de construir um ambiente mais adequado para a participação feminina na segurança pública em todo o Brasil.