Rio Grande do Sul tem mais de 90% das empresas afetadas pelas chuvas

O Rio Grande do Sul enfrenta uma das maiores catástrofes naturais de sua história, com enchentes devastadoras que afetam profundamente a estrutura econômica do estado. Empresas de todos os tamanhos estão em busca de medidas para mitigar prejuízos imensuráveis, enquanto o governo e entidades locais tentam coordenar esforços para uma recuperação eficaz.

Enchentes afetam mais de 90% das fábricas gaúchas

Com a maioria das indústrias diretamente afetadas pelas enchentes, especialistas e empresários projetam uma recuperação lenta e dolorosa. Conforme dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), cerca de 91% do parque industrial gaúcho está submerso, colocando futuros investimentos e a inovação em cheque.

A urgência da situação é evidenciada pela calamidade pública declarada em mais de 440 municípios, indicando não apenas danos imediatos mas também um efeito prolongado na principal fonte de arrecadação do estado, o ICMS.

Diante do cenário de emergência, várias empresas recorrem a estratégias de crise adotadas durante a pandemia da Covid-19. Essas incluem a antecipação de férias, utilização de bancos de horas e até mesmo a renegociação de prazos de entrega e pagamento.

Indústrias ainda submersas buscam alternativas para não parar completamente, como a terceirização de partes do processo produtivo. Empresas em áreas menos afetadas enfrentam desafios logísticos significativos, com problemas no fornecimento de matérias-primas e na distribuição de produtos acabados.

O envolvimento do governo estadual e federal é visto como crucial para a superação da crise. A Fiergs e outros representantes do setor industrial têm planejado encontros com autoridades para discutir apoio direto às indústrias afetadas, incluindo a proposta de suspensão de impostos e a disponibilização de créditos a fundo perdido. Dentre as ações governamentais propostas, estão:

  1. Suspensão temporária de impostos industriais.
  2. Facilitação de acesso a créditos de recuperação sem intermediários.
  3. Implementação de políticas de longo prazo para estabilização do setor.

Além das medidas imediatas, é necessário um plano robusto para garantir a resiliência do parque industrial gaúcho a longo prazo. Empresários da indústria local, enfatizam a necessidade de uma revisão estrutural nas políticas de manejo de catástrofes e infraestrutura estatal.

As devastadoras enchentes no Rio Grande do Sul não apenas desafiam a capacidade industrial do estado mas põem à prova a capacidade de resposta rápida e eficaz de seus líderes e a solidariedade entre empresários e comunidade. A recuperação promete ser um longo processo, exigindo uma mudança paradigmática na preparação para futuras catástrofes.