Preço do gás de cozinha pode aumentar no RS? Veja o motivo

Prepare o bolso, pois o gás liquefeito de petróleo (GLP) também sofrerá mudanças na tributação do ICMS, seguindo o mesmo caminho que o óleo diesel, com forte aumento na tributação. A partir de abril, haverá uma única etapa de arrecadação, com a cobrança de um valor fixo e único do imposto estadual, substituindo as atuais porcentagens e valores base diferentes de cada estado. 

O ICMS para GLP e gás natural liquefeito é de R$ 1,2571, sendo que atualmente é arrecadado R$ 0,7557. De acordo com Ronaldo Tonet, presidente da Associação dos Distribuidores, Comerciantes e Gás do Rio Grande do Sul (Singasul), essa mudança representa um acréscimo de R$ 0,5014, ou seja, 66,35% a mais, o que tem gerado preocupação nos comerciantes.

“Com essa canetada, aumenta 6,21% para o consumidor, na melhor das hipóteses, já que o preço é livre”, disse Tonet.

ICMS único sobre combustíveis impacta preços e inflação

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do botijão de gás é de R$ 104,99. Com o aumento do ICMS, estima-se que haverá um acréscimo de R$ 6,52 no preço, segundo a associação do setor. Esse aumento, embora pontual, é maior do que a inflação atual do ano. A alteração na tributação do ICMS para o GLP foi definida em acordo firmado em dezembro de 2022 no Conselho Nacional de Política Fiscal (Confaz), formado pelos ministros da Fazenda e liderado pelo ministro da Fazenda.

Em junho do mesmo ano, o ministro do STF, André Mendonça, determinou que os estados apliquem ICMS único sobre os combustíveis, o que foi acordado com os estados em uma segunda etapa coordenada pelo ministro Gilmar Mendes. Porém, o valor acordado foi alto, cerca de 40% superior à média ponderada paga no Brasil à época pelo gás de cozinha, de acordo com o Sindigás. Além disso, o impacto sobre a inflação é um desafio a ser enfrentado.