Pesquisador do RS faz descoberta surpreendente em novo estudo
Um grupo de cientistas franceses e brasileiros divulgou um estudo em fevereiro deste ano que aponta a existência de mecanismos que aceleram o processo de envelhecimento em pessoas que sofrem de depressão.
A pesquisa, publicada na revista Nature Aging, indica que durante episódios depressivos há uma redução significativa de uma proteína, o que leva a inflamações celulares prejudiciais que afetam a memória, concentração e outras funções cognitivas. A depressão afeta um grande número de pessoas no Brasil, com cerca de 11,3% da população diagnosticada com a doença em 2021, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Estudo conclui que quadros depressivos estão associados a inflamação semelhante à gripe e redução da proteína GDF11
O estudo realizado em colaboração com o Instituto Pasteur, da França, contou com o professor Flávio Kapczinski, do departamento de psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que participou ativamente da pesquisa.
“Firmamos um convênio com o instituto e começamos uma pesquisa que demorou cinco anos para concluir,” disse o professor.
Os cientistas observaram que quadros de depressão ou de transtorno bipolar em sua fase depressiva apresentam uma inflamação semelhante à da gripe. Quanto maior a duração da doença ou a frequência dos episódios depressivos, maior é a inflamação. A partir dessas constatações, os pesquisadores associaram a inflamação a problemas de concentração e memória, comuns em quadros depressivos, e também à redução da proteína rejuvenescedora GDF11.
Para chegar a essas conclusões, os cientistas realizaram experimentos com camundongos, injetando neles corticosterona, um hormônio relacionado ao estresse que induz comportamento depressivo. Os animais apresentaram baixos níveis de GDF11 durante o período de depressão, mas quando a proteína foi reintroduzida, eles deixaram de apresentar sintomas depressivos. Esse estudo foi conduzido com a metodologia translacional, que consiste na realização de experimentos em animais e humanos em laboratório.
Fonte: g1
Foto: Prostooleh/freepik.com
