Obra em Porto Alegre para a Copa do Mundo segue sem ser finalizada após quase 10 anos

A cidade de Porto Alegre, que foi uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 e palco de partidas no Estádio Beira-Rio, ainda carrega pendências na conclusão de infraestruturas iniciadas para o evento. Quase uma década após o torneio, a duplicação da Avenida Tronco, importante via que conecta a Zona Sul à Zona Leste da cidade, continua incompleta.

Os trabalhos de duplicação da Avenida Tronco iniciaram em maio de 2012. Com a previsão de construção de corredores de ônibus e ciclovias ao longo de 6 km, foram investidos R$ 83,2 milhões na empreitada. Os recursos foram obtidos pelo município por meio de contratos de financiamento. No entanto, a verba não foi suficiente para garantir a agilidade nas obras.

André Flores, secretário de Obras e Infraestrutura de Porto Alegre, atribui o atraso a variados fatores: “A questão do fluxo de caixa da prefeitura e dos financiamentos, que acabaram atrasando bastante aqui também essa obra, mas também tem questões de projetos, de qualificação que precisaram ser melhorados ao longo da execução”, explica.

Obra parcialmente concluída

Apenas 60 metros de asfalto ainda precisam ser concluídos para permitir o fluxo total de tráfego na área. A nova estimativa é que as pistas estarão completamente liberadas no final de abril. Contudo, ainda restarão pendências como a construção de um muro de contenção e os acabamentos finais do projeto.

A obra também envolveu a realocação de cerca de 1,5 mil famílias que residiam no trecho em duplicação. O custo desses reassentamentos atingiu a cifra de R$ 300 milhões. Muitos aceitaram o valor oferecido pelas propriedades, enquanto outros receberam um bônus de moradia enquanto aguardam a conclusão de novos condomínios.

A última moradora somente aceitou o acordo para desocupar sua casa em dezembro de 2021. O secretário André Flores destaca a necessidade de um planejamento mais amplo para futuros empreendimentos: “A gente precisa, quando for planejar as obras, calcular não só o custo financeiro dela, como o impacto social de fazer uma obra desse porte na cidade”, disse o secretário.