Mais de 140 mil pessoas vivem em situação de extrema pobreza em Porto Alegre

Entre 2012 e 2021, o número de pessoas em situação de extrema pobreza em Porto Alegre mais que dobrou, de acordo com a 9ª edição do Boletim de Desigualdades nas Metrópoles.

Segundo o levantamento, o total de pessoas vivendo nesta situação saiu de 57,2 mil para 145,6 durante o período. A tendência de crescimento da extrema pobreza foi nacional. Em 2021, eram, no conjunto das 22 Regiões Metropolitanas do país, 5.280.733 pessoas nesta situação. No ano passado, o recorte para definir o grupo valia para aqueles que tinham renda mensal de até 160 reais por pessoa em casa.

Em Porto Alegre, a média geral de renda caiu pelo terceiro ano consecutivo, chegando a 1.947 reais. Ainda assim, deixa a capital gaúcha como a quarta com renda mais elevada dentre as pesquisadas, atrás de Distrito Federal, Florianópolis e São Paulo.

Com o tempo, o poder de compra dos 40% mais pobres acabou sendo corroído. Em 2014, os 689 reais de média de rendimentos deste grupo correspondiam a 95% do mínimo em vigor, que era de 724 reais. Atualmente, a média de rendimentos desta faixa ficou em 619 reais, equivalente a 56% do salário-mínimo do ano passado, que estava em 1.100 reais.

Essa queda generalizada de renda fez com que o coeficiente de Gini, que mede a desigualdade, recuasse levemente em Porto Alegre, indo de 0,507 em 2020 para 0,491 no ano passado. Quanto mais próximo de 0, menos desigual uma região é. No Brasil, este índice é de 0,544.