Guerra de facções: operação faz buscas em mais de cem celas de penitenciária

A Polícia Civil realizou, nessa segunda-feira (26), uma operação na Penitenciária  de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Na ocasião, mais de 100 celas foram vistoriadas em busca de celulares, documentos e outros materiais que relacionem os presos aos confrontos entre facções em Porto Alegre.

Até o momento, não foram divulgados quais itens foram apreendidos na ação no trabalho realizado em parceria com a  Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), que pertence à Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo do governo do Estado.

A ação teve início para apurar a origem do confronto entre as facções que deixou ao menos 34 pessoas mortas entre agosto e setembro na Capital. Um dos grupos, segundo a investigação, teve origem na Vila Cruzeiro e atua na zona sul da Capital. Outro é originário do Vale dos Sinos, e é considerado o maior grupo criminoso do Rio Grande do Sul. 

Polícia vistoria presídio gaúcho em ofensiva contra facções 

As vistorias da operação revistaram os pavilhões A e B da penitenciária, onde oito galerias com mais de 100 celas ficam instaladas. Além dos espaços, os presos também são revistados. 

A delegada Vanessa Pitrez, diretora do Departamento de Homicídios, explicou em entrevista para a GZH como funciona a ação contra os criminosos.  “A ação ataca principalmente a facção do Vale do Sinos, que é o grupo responsável por grande parte dos atentados que vêm ocorrendo, incluindo os mais violentos, como o que resultou em uma cabeça deixada na Vila Cruzeiro e o ataque a um bar no bairro Campo Novo. Como vimos que, mesmo com a transferência de lideranças, alguns homicídios ainda continuam ocorrendo, fizemos essa nova ofensiva contra os presos que estão envolvidos no confronto de facções”, explica. 

De acordo com a polícia, grande parte dos apenados que ocupam essas galerias são  integrantes do tráfico sendo que alguns são até mesmo lideranças para o grupo do Vale dos Sinos. 

Ainda de acordo com a Polícia Civil, 24 pessoas teriam ordenado os ataques recentes, sendo que 13 deles foram enviados para presídios fora do Estado, o que não parou o registro de execuções registradas em Porto Alegre.