Fim do IPI em Porto Alegre? Veja fala do Ministro da Economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, se pronunciou defendendo o fim do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A fala do ministro aconteceu durante palestra realizada pela Associação da Classe Média (Aclame), em Porto Alegre.

Na ocasião, o ministro falou sobre a cobrança do tributo desestimular os investimentos produtivos e auxiliar na desindustrialização do Brasil. Para Guedes, o IPI deve ser zerado. Segundo ele, o governo já conseguiu reduzir 35% do imposto cobrado na maioria dos produtos fabricados no país, exceto pelos produzidos na Zona Franca de Manaus. “É um bom começo. E assim a gente segue e vê o que vai acontecer ali na frente. [Cortando] mais 35%, faltarão apenas 30% [para o zerarmos]. E, aí sim, dá para abaixar mais a tarifa do Mercosul e outras”, acrescentou Guedes. 

O ministro também falou sobre a criação do já extinto Ministério do Planejamento e a desaceleração do crescimento econômico registrada anteriormente. “O Brasil já foi a economia mais dinâmica do mundo, crescia a 7,3% em média, ao longo de duas, três décadas […] Trazíamos gente do mundo inteiro, crescíamos rapidamente, e não tínhamos um Ministério do Planejamento. Quando o criamos, começamos a descer”, disse ao falar sobre o que classificou como desmonte da economia. 

Segundo o chefe da pasta, o modelo estatista é rejeitado pela atual gestão.  “O ministro do Planejamento que for planejar o futuro do Brasil é um farsante. Ninguém tem este conhecimento. A democracia é um algoritmo de decisão política descentralizada. E os mercados são algoritmos de decisão econômica descentralizados. Ou seja, quem conhece o futuro dos semicondutores são as pessoas que estão os produzindo. Eles têm melhores condições de planejar o futuro do que nós. Tudo o que podemos fazer é oferecer um bom ambiente de negócios e condições atraentes”, comentou.  

Por fim, o ministro falou sobre os objetivos alcançados por suas ações. “Quando chegamos, nosso diagnóstico era o seguinte: temos que controlar os gastos e reverter o modelo [estatista]. No primeiro ano, fizemos a Reforma da Previdência, mas não conseguimos fazer o que queríamos. Fizemos 60% do que queríamos. Porque queríamos um regime de capitalização”, finalizou.