Fenômeno incomum deve trazer muita chuva e tempestade para o Brasil em novembro

O chamado “racha térmico” com massa de ar quente cobrindo a maior parte do Brasil e o ar frio atuando no Centro para o Sul da Argentina pode favorecer um número maior que o comum de chuvas em novembro.

De acordo com a antecipação da MetSul Meteorologia, a maior instabilidade deve se concentrar na zona de transição entre o ar mais frio e quente, incluindo o Norte da Argentina, o Uruguai e o Sul do Brasil, em especial o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Sendo assim, a baixa pressão seguida do ciclone dos últimos dias tornou as chuvas ainda mais intensas na região Sul. 

Novos períodos de instabilidade climática

Haverá novos episódios de instabilidade com áreas de baixa pressão e frentes frias atuando na zona de transição entre o ar quente e frio. Dessa forma, novembro contará com mais chuvas que a média histórica.

Várias cidades gaúchas vão terminar o mês de novembro com acumulados de 300 mm a 500 mm. Somente nos próximos dez dias é possível que chova entre 100 mm e 200 mm em pontos do Oeste e do Sul gaúcho. Aliás, grande parte do Rio Grande do Sul já sofreu chuva entre a metade e a média histórica do mês.

Além disso, um quadro idêntico se observou no Sudoeste do Paraná e em várias regiões de Santa Catarina, como o Oeste, o Meio-Oeste e ponto do Alto Vale do Itajaí.

Padrão incomum em novembro

Embora ciclones ocorram em qualquer época do ano no Atlântico Sul, um ciclone tão intenso como este se formou nas últimas 48 horas nos litorais do Rio Grande do Sul e do Uruguai, sendo mais comum se observar nestas latitudes médias entre 30°S e 35°S durante o inverno e início da primavera, mas nunca em novembro.

Um ciclone extratropical é gerado por grande contraste térmico e na última semana uma massa de ar atipicamente fria para esta época do ano atuou na Argentina com nevasca intensa na Patagônia e máximas baixas recordes para novembro em várias províncias.

Imagem: Tiago Ghizoni / NSC