Especialista explica ciclones no RS e faz alerta para chegada de novo fenômeno

Com a passagem de três ciclones no Rio Grande do Sul em menos de um mês, especialistas debatem sobre o caso e explicam o porquê da maior incidência de eventos climáticos como este, além de apontar as expectativas para o tempo nos próximos meses no Estado.

De acordo com o Flavio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, a ocorrência de ciclones no Rio Grande do Sul é considerada comum.

Ainda de acordo com Varone, na maioria das vezes, o ciclone é formado sobre o oceano, não causando danos extremos à população. Porém, quando se aproximam da costa, podem causar prejuízos aos moradores e acidentes graves.

“A ocorrência de ciclones é bastante comum no Estado, principalmente no outono e no inverno. Geralmente, eles passam distantes da costa e não causam grandes problemas no continente”, destacou.

Ciclones ocorreram em curto período de tempo

Segundo meteorologistas que debatem sobre o assunto, os ciclones ocorrem em curto período de tempo devido a vários fatores, sendo um deles, as condições atmosféricas.

“A principal influência foi uma região de baixa pressão junto a um fluxo de umidade. Os três ciclones ocorreram devido ao avanço de uma frente fria, com uma região de baixa pressão e fluxo de umidade”, avaliou Lucas Fagundes, que atua na Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do RS.

Além disso, a própria localização do Rio Grande do Sul está em condicionantes, é o que afirma Varone.

El Niño

Os especialistas, Varone e Fagundes, afirmam que o El Niño deve atuar em breve na região, podendo gerar situações adversas.

“O El Niño deve começar a agir no final do inverno e na primavera. Nesse período, os eventos extremos devem ficar mais intensos no Rio Grande do Sul, devido à influência desse fenômeno. Em razão da atuação do El Niño, a tendência é de que tenhamos eventos de chuvas fortes e tempestades no Estado durante a primavera”, ressaltou Fagundes.

Em relação às temperaturas, a Sala de Situação do governo gaúcho prevê o inverno com passagens frias, porém, acima da média climatológica.

Mister Shadow/ASI/Estadão