Cocaína Rosa: Saiba mais sobre a droga que causou morte de brasileiro na Argentina

No dia 30 de março, foi encontrado traços da droga “cocaína rosa”, ou “tusi / tuci”, no corpo de Emmily Rodrigues Santos Gomes (26), uma brasileira, natural da Bahia, que caiu do 6º andar de um edifício no bairro do Retiro, em Buenos Aires, Argentina. A informação foi divulgada pelo jornal Clarín após a realização da autópsia da vítima.

O empresário argentino Francisco Sáenz Valiente (52) residia com Emmily no apartamento. Valiente foi detido por supostos crimes de assassinato de mulheres, posse ilegal de armas e fornecimento de drogas, embora negue ter fornecido a droga “cocaína rosa” à brasileira. No entanto, ele admitiu possuir a substância e ter consumido na noite de 30 de março. Outras mulheres que estavam no apartamento também alegaram, em depoimentos policiais, ter consumido álcool e cocaína rosa.

A verdade sobre a “cocaína rosa”: uma mistura perigosa de substâncias com riscos desconhecidos

Embora seja conhecida como “cocaína rosa” devido à sua aparência em pó e coloração rosada, essa droga não tem relação com a cocaína. O nome original “tuci” foi dado à substância 2C-B, um alucinógeno sintético e estimulante criado na década de 1970, que produz efeitos semelhantes aos do LSD e do ecstasy.

Embora a droga tenha ressurgido nas últimas décadas em festas e boates na América, em particular na América Latina, ela raramente é vendida como 2C-B atualmente. Em vez disso, análises recentes mostram que a substância vendida como “cocaína rosa” contém uma mistura de cetamina, MDMA e cafeína.

Um relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) descobriu que os usuários de “tuci” na América Latina podem estar inconscientes da presença de outras substâncias psicoativas em produtos vendidos sob esse nome. Os traficantes podem estar tentando imitar os efeitos da 2C-B com essa mistura de substâncias, o que aumenta os riscos à saúde associados ao seu uso.

A coordenadora da Associação de Bem-Estar e Desenvolvimento em Madri, Berta de la Vega, alerta para a desmistificação da “cocaína rosa”. Embora seja vendida como algo exclusivo, é apenas uma mistura de substâncias com um corante rosa e aroma de morango. De acordo com ela, seria mais seguro e barato comprar as substâncias e misturá-las por conta própria.

Os riscos associados ao uso da “cocaína rosa” dependem da proporção de substâncias na mistura e das outras drogas que estão sendo consumidas. Inalar a substância com alto teor de cetamina e beber álcool pode levar à perda de coordenação, sedação e desmaios. Tomar a droga com ecstasy e álcool pode causar desidratação.

No caso de Emmily, a jovem brasileira encontrada morta em um apartamento em Buenos Aires, a polícia está investigando se ela cometeu suicídio após ingerir a droga ou se foi morta pelo empresário Francisco Sáenz Valiente, dono do apartamento. Ele negou ter oferecido cocaína e “tuci” para qualquer pessoa, incluindo Emmily e as outras três mulheres encontradas no apartamento.

Imagem: REPRODUÇÃO/NARCONON MÉXICO