Veja o que deve acontecer com a plataforma que desabou no litoral do RS

Na madrugada do último domingo (15), parte da plataforma marítima de Atlântida, em Xangri-lá, cedeu e desabou no mar. De acordo com a prefeitura da cidade, a estrutura da plataforma estava comprometida, no mínimo, há dois anos. Negociações para obras no local estavam em andamento entre a administração municipal e a Associação dos Usuários da Plataforma Marítima da Atlântida (Asuplama).

“Nós identificamos a rachadura em algumas muretas, é um sinal que a gente está sempre acompanhando. Mobilizamos uma avaliação técnica. Um engenheiro veio aqui e olhou, manifestou necessidade de fazer uma inspeção. Na sexta-feira (13) ele já estava aqui com a equipe pra fazer a contenção do processo de deterioração.”, explica o presidente da Asuplama, Jose Luis Rabadan.

Até o momento, não se sabe ao certo o que será feito com a plataforma, porém, o presidente diz ter intenção de mobilizar a sociedade para reformar a estrutura. “Eu, particularmente, acredito que não seja o fim da plataforma. Eu tenho esperança que a gente consiga mobilizar o poder público a empresas parceiras que viabilizem a reforma total da plataforma”, afirma Rabadan.

Plataforma deteriorava há alguns anos

A plataforma tem mais de cinco décadas e avança 280 metros no mar, em formato de L. Além de importante ponto turístico, o local era a segunda casa de muitos pescadores. O lugar era palco para campeonatos de pesca e de um verdadeiro show da vida marinha. Em alguns momentos, era possível observar baleias.

A estrutura vinha se deteriorando há alguns anos. Segundo Rabadan, a Asuplama, tentava desde 2021 um termo de ajustamento de conduta, por meio do Ministério Público Federal (MPF), com a União e a prefeitura de Xangri-Lá para as obras. A associação tem 280 associados, destes, 230 são pagantes.

“Não tenho ideia de quanto custa recuperá-la. Ainda não estamos no final dessa história, porque ali vai continuar ruindo. Não tem como a estrutura resistir a uma ressaca. Certamente vai ter dano maior”, afirma.

O presidente ainda afirma que a plataforma passava por inspeções periódicas e que recentemente foi identificada uma trinca. Há pouco tempo, o engenheiro responsável esteve no local para uma avaliação inicial. Dias depois, ele abriu uma janela de inspeção no piso, concluindo que o problema havia se agravado e que seria necessário realizar serviços emergenciais de manutenção, que foram iniciados.

“Mas num determinado momento viram que não havia mais condição de executar o serviço, não havia segurança nem para os funcionários da obra. Foi aí que fizemos a interdição total (na última sexta-feira), e na noite de sexta mesmo a estrutura começou a descer, a região superior do restaurante da plataforma.

Imagem: Castro / Especial CP