Único negro! Pioneiro no cargo de chefe de polícia do RS quer implementar educação antirracismo

O primeiro homem negro a assumir a chefia da Polícia Civil no Rio Grande do Sul em 181 anos, Fernando Antônio Sodré de Oliveira, propõe conscientização e proteção de grupos vulneráveis. Além de sua carreira policial, Sodré também é professor universitário e doutorando em Direitos Humanos.

Sodré busca a gestão consciente, com o objetivo de preparar e informar os agentes da polícia sobre a proteção dos grupos vulneráveis. Ele enfatiza a importância de uma atuação policial rigorosa, mas não arbitrária, violenta ou insensível.

Além disso, Sodré defende que a polícia pode desempenhar um papel positivo na sociedade, ao ajudar vítimas e acusados, controlando a criminalidade humanitária.

Proposta de educação antirracismo

Por se tratar do primeiro homem negro a assumir a chefia da Polícia Civil, em território gaúcho, Sodré destaca o seu trabalho sobre a conscientização do racismo estrutural na sociedade. Ademais, a seletividade penal e representatividade são temas recorrentes de seus debates.

Com isso, ele ressalta a necessidade de mudanças estruturais na instituição de segurança pública, incluindo a incorporação de uma educação antirracista e a promoção da diversidade.

Contudo, Sodré afirma que o racismo não deve ser atribuído apenas à polícia, mas sim a um problema estrutural.

Foco em defender grupos vulneráveis

Apesar de destacar o combate à cultura racista, o delegado Sodré também afirma que a atuação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul terá como foco a proteção de grupos vulneráveis, além de crimes patrimoniais, homicídios, feminicídios, crime organizado, entre outros.

No evento de solenidade, o governador Eduardo Leite destacou a representatividade da escolha de Sodré para assumir o posto mais alto da PC. “Com muito orgulho e muita honra, depois de ter a oportunidade, como governador, de guindar à posição de chefe de Polícia a primeira mulher, hoje estamos conduzindo à mesma posição, pela primeira vez, um homem negro”, pontuou.

Foto: Luís André/Secom / Porto Alegre 24 horas