Tem que correr atrás’, disse Bolsonaro ao criticar jovens que culpam governo por desemprego

Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PL), declarou na última quinta-feira (21/07), aos presentes no Palácio da Alvorada, que não cria vagas de emprego e ironicamente disse que os jovens têm que “correr atrás” de trabalho. De acordo com pesquisa realizada pela empresa de consultoria Idados, ao todo, são 7,6 milhões de desempregados entre 14 e 29 anos e no chamado 50+ no país.

O governante ainda afirmou, segundo o que foi publicado pelo canal Notícias do Brasil no YouTube, “Por que o ensino foi de mal a pior no governo PT? Por que interessa a juventude ser doutrinada? Ser um boca aberta aí… ‘a culpa é do governo’, ‘cadê meu emprego?’. Você tem que correr atrás. Eu não crio emprego. Quem cria emprego é a iniciativa privada. Eu não atrapalho o empreendedor”.

O político ainda citou a Lei de Liberdade Econômica, sancionada por ele em 2019, no seu primeiro ano de mandato. O texto, segundo o governo, reduziu burocracias para empresários, dispensando por exemplo a necessidade de licenças e alvarás para negócios de baixo risco.

Na última década, o Brasil ganhou mais de 2,2 milhões de desempregados, entre eles jovens e profissionais acima de 50 anos. No primeiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego dos brasileiros entre 14 e 17 anos era de 36,4%, o que significa que mais de um terço dessa população estava sem emprego, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já para os jovens entre 18 e 24 anos as taxas caem um pouco, para 22,8%, ou seja, um em cada quatro jovens nessa faixa de idade está desocupado.

De março a maio deste ano, a taxa de desocupação brasileira foi de 9,8%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), conforme informou o IBGE em junho. Ainda de acordo com o Instituto, essa é a menor taxa desde 2015 para o mesmo período.

Estima-se que a população desocupada hoje no país seja de 10,6 milhões, enquanto a população ocupada seja de 97,5 milhões de pessoas, maior número desde 2012. Contudo, o rendimento médio continua caindo, comparando o mesmo período, hoje o trabalhador médio recebe 7,2% a menos do que no ano passado.