Taxa de mortalidade por dengue no RS gera preocupação

O Rio Grande do Sul enfrenta uma situação alarmante com o crescimento expressivo no número de casos de dengue. Até agora, o estado contabilizou 34.434 casos confirmados, além de investigar outros 16 mil suspeitos. Um dado ainda mais alarmante é a alta taxa de letalidade, que atualmente situa-se em 12% para casos graves, posicionando o estado como o de maior índice no país nesta categoria.

Por que a taxa de letalidade da Dengue é tão alta no RS?

Analisando mais a fundo, vários fatores contribuem para este cenário preocupante no estado. Um dos principais é a faixa etária da população, que no Rio Grande do Sul é considerada a mais velha do Brasil. Isso acaba refletindo diretamente no perfil das vítimas, com uma grande parte dos óbitos ocorrendo em pessoas acima de 60 anos. Essa população mais idosa, muitas vezes já tem comorbidades associadas, o que agrava a situação.

Outro desafio apontado é a própria experiência dos profissionais de saúde no manejo da doença. Diferentemente de outras regiões do país, que enfrentam grandes epidemias há mais tempo, no Rio Grande do Sul, muitos profissionais ainda parecem não estar totalmente adaptados à gestão dos casos de dengue. Isso, somado ao comportamento das pessoas, que muitas vezes subestimam os primeiros sintomas, leva a buscas tardias por auxílio médico, complicando ainda mais a situação.

Qual a gravidade da letalidade da Dengue se comparada a outras doenças?

Fernando Spilki, virologista e pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e extensão da Universidade Feevale, ressalta que, embora a letalidade da dengue seja relativamente baixa se comparada a outras doenças, a situação exige atenção. O especialista traz à tona hipóteses para o cenário atual, como a possibilidade de o número real de casos ser maior que o reportado e falhas no diagnóstico. Portanto, é crucial o uso adequado das ferramentas de diagnóstico disponíveis para evitar erros.

Questionado sobre a vacinação como estratégia de combate à alta letalidade, Spilki apresenta uma visão cautelosa. Ele aponta para a complexidade que envolve a certificação dos números de casos e a eficácia da vacina, dadas as particularidades etárias dos mais afetados. Segundo o virologista, a prioridade ainda deve ser o combate ao vetor, o mosquito Aedes aegypti, e a proteção individual, especialmente dos grupos mais vulneráveis.

Principais sintomas e como proteger-se

  • Febre alta (39°C a 40°C) com duração de 2 a 7 dias
  • Dor retro-orbital (atrás dos olhos)
  • Dor de cabeça intensa
  • Dores no corpo e nas articulações
  • Mal-estar geral, náusea e vômito
  • Manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira

O cenário atual exige da população consciência e medidas proativas na eliminação de possíveis criadouros do mosquito, além de buscar atendimento médico ao menor sinal de sintomas da dengue. A colaboração de todos é fundamental para modificar o atual panorama e reduzir os índices de letalidade da doença.