SP surpreende e RS fica de fora em ranking importante
Foi divulgado nessa segunda-feira (20), estudo do Instituto Trata Brasil avaliando os indicadores de saneamento básico dos 100 maiores municípios brasileiros. O número que causou maior espanto foi o de 35 milhões de brasileiros sem acesso à água potável, somado a isso, 100 milhões não possuem nenhuma coleta de esgoto.
Cerca de 50% do esgoto brasileiro passa por tratamento — a título de comparação, isso equivaleria a 5,3 mil piscinas olímpicas dejetos orgânicos sendo despejados nas mais diversas localidades inapropriadas.
A base referencial do documento considera os dados do ano de 2020 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). As cidades analisadas correspondem a 40% da população brasileira.
De acordo com o portal G1, destacam-se nessas cidades os seguintes índices:
- A cobertura de água tratada aumentou de 93,5% para 94,4% entre 2019 e 2020.
- A população com acesso a coleta de esgoto também cresceu de 74,5% para 75,7%.
- Já o esgoto tratado passou de 62,2% para 64,1%.
- Na contramão dos outros indicadores, a perda de água na distribuição aumentou de 35,7% para 36,3%. Neste caso, o aumento significa piora, já que mais água está sendo desperdiçada.
Em entrevista ao portal, Luana Pretto, presidente-executiva do Trata-Brasil, destaca a melhora dos indicadores nacionais mas, ainda assim, abaixo do esperado. “A tendência de melhora é baixa. Nós vemos um ganho de 0,9, 1,2 e 1,9 ponto percentual nos indicadores, o que ainda é muito pouco para a realidade que nós temos no país”, disse.
Pretto completa que a situação se agrava quando comparam-se as 20 melhores cidades com as 20 piores. 95,5% corresponde ao melhor resultado de acesso ao saneamento e 31,8% o pior.
Estados e municípios
São Paulo é o estado com mais municípios entre os que oferecem maior cobertura de saneamento básico. Santos lidera o ranking, seguida pela capital São Paulo (4º); Franca (5º); Limeira (6º); Piracicaba (7º). No comparativo utilizado pelo instituto das 20 melhores cidades, nenhuma cidade do Rio Grande do Sul está presente nesse ranking. Porto Alegre aparece apenas na 43ª posição.
O contrário acontece na lista das cidades com os 20 piores indicadores de acesso ao serviço. Gravataí e Canoas oferecem a menor cobertura no Estado dentre todas sob avaliação.