Série ‘Ninja em Movimento’ mostra a dificuldade em ir do Jabaquara à Itaquera de Metrô

Em andamento desde a tarde da última segunda-feira, 26, o ‘Ninja em Movimento’, junto com a série ‘MetrôSP’, visam desvendar os mistérios e investigar a utilização do Metrô na capital paulista. O repórter Psycho Fish, do Peixe Ninja SP, recebeu a pauta de seguir da Estação Jabaquara, a primeira da Linha Azul, até a Estação Corinthians-Itaquera, no extremo da Zona Leste. Todo o percurso de 25 estações deveria ser realizado até às 20h.

O embarque se deu no início da hora do rush, às 17h. A compra do bilhete pela equipe de reportagem foi feita de maneira rápida, já que não havia fila nos guichês. A sorte parecia estar do lado do repórter, pois também não havia ninguém para passar nas catracas, mas só parecia, bastou chegar na plataforma para as surpresas desagradáveis do dia-a-dia aparecerem. Primeiro, foi a voz do locutor da estação avisar sobre um problema que atingia a Estação São Joaquim. Com velocidade reduzida, e maior tempo de parada, a equipe de reportagem esperou por mais de dez minutos até conseguir entrar em um trem. Em virtude da demora, a plataforma da Estação Jabaquara acabou lotando, inclusive em ambos os sentidos, já que por ser um terminal, os trens sempre se deslocam para o mesmo sentido, em direção ao Tucuruvi, na Zona Norte.

No último vagão, era possível acompanhar ao menos dez pessoas em pé. Na Estação Conceição, uma grande quantidade de pessoas entraram no vagão. A partir daí, a transmissão começou a oscilar e só retornou quando o repórter já estava na Estação Ana Rosa, que faz a ligação entre as linhas Azul e Verde. Era 17h33, quando a equipe resolver descer para tomar um ar. O ar que foi respirado na Ana Rosa, foi totalmente perdido às 17h48, horário de chegada na abarrotada Estação Sé.

Dentro do trem, um passageiro chamado Bruno, foi perguntado sobre o que achava em relação a situação do Metrô lotado. De pronto, o passageiro indaga se era a primeira vez do repórter naquele horário, e afirma que “toda vez é assim”.Sobre as denúncias de cartel no Metrô, o passageiro diz que, tem que se “questionar e pensar direitinho”. Uma voz de um outro passageiro diz que, “ainda não são seis horas e que muitas pessoas ainda estão no trabalho”.

Quando o vagão chega, uma briga é iniciada, principalmente no cercado de ferro, que mais parece um curral que direciona bois para o abate. Com as pessoas que conseguem entrar no vagão, o trem fecha as portas e segue o destino até Corinthians-Itaquera. O repórter que já está a cerca de 11 minutos na Sé ainda não conseguiu chegar nem próximo à zona de embarque. Com a câmera levantada, é possível ver dezenas de cabeças, são as pessoas que esperam conseguir entrar em um trem com destino para casa, faculdade e muitos outros para o trabalho. Toda vez que um trem chega, um novo empurra-empurra é registrado. Um funcionário com um colete verde-limão chega e controla a porta para a saída do quinto trem que, a reportagem registra. A conexão acaba caindo e volta apenas na Estação Carrão, justamente às 18h24. Na Linha Vermelha o aperto continua. Do alto dos helicópteros e no baixo dos carros importados, os governantes não conseguem enxergar o aperto dos passageiros. Uma passageira sorri e diz que o Metrô está suave no dia. Perguntada pelo repórter qual meio de transporte é pior, se o Trem [da CPTM] ou o Metrô, ela diz que o Trem. Cerca de 1h30 após entrar na estação Jabaquara, o repórter está na Estação Artur Alvim, restando apenas uma estação para Corinthians-Itaquera. Na última estação de Metrô da Zona Leste, uma banda toca, ao menos para acalmar aquele passageiro que veio espremido desde o centro da cidade.