Sem auxílio da prefeitura, moradores da Nova Palestina necessitam de água, segundo Zezito Alves

A região do Jardim Ângela, distante a cerca de 40 quilômetros do Marco Zero, na Praça da Sé, desenvolveu bastante e pouco se parece com aquele lugar que da metade dos anos 90 até o ano 2000 chegou a ser considerada como a área mais perigosa para se habitar no mundo. O local hoje recebe a maior ocupação de moradores sem-teto da história de São Paulo, com cerca de 10 mil famílias, alojadas em grupos que vão de 1 a 21, em um terreno de 1 milhão de metros quadrados, cravado no Parque Estadual da Guarapiranga. Mesmo com o crescimento, o local é praticamente um meio rural, onde pode-se ver cavalos e vacas pastando. Por conta da falta de políticas públicas para os bairros periféricos, o entorno sofre com a falta de infraestrutura.

DSCF0806Dentro da área ocupada, durante toda a trajetória da equipe de reportagem do Infodiretas, que durou cerca de 4 horas, pode-se notar um lugar com disciplina. Regras seguidas à risca, muita limpeza e principalmente companheirismo entre os acampados.DSCF0816

O líder local é o coordenador Zezito Alves, é ele o responsável em alinhar o bom andamento da ocupação. Segundo Zezito, o ato da última sexta-feira, 10, que fechou a Estrada do M’Boi Mirim, atravessou a Avenida Guarapiranga, a Ponte do Socorro e bloqueou a Marginal Pinheiros, no sentido Castello Branco, por cerca de 40 minutos, contou com a participação de cerca de 8 mil pessoas, que caminharam por cerca de 10 quilômetros, da ocupação Nova Palestina até o bairro do Socorro.

A conversa com Zezito, realizada na cozinha central, teve de ser interrompida por conta de sua agenda, já que ele teria uma reunião naquele momento, mas ainda sim relatou o que acontece naquela verdadeira cidade.

DSCF0853“Aqui temos pessoas acampadas em grupos, onde chamamos de G, temos do G1 ao G21. No G com maior número de acampados, chegamos a ter até 1.180 moradias, já no G com menos moradores chegamos a ter 600 barracos”. Temos cerca de 10 mil famílias, que chegaram no dia 29 de novembro. Não temos ajuda da prefeitura ou da subprefeitura do M’Boi Mirim, como capinação, banheiro químico e água potável. Esperamos que o prefeito consiga junto à câmara a revogação da lei que cria um parque e a mudança de zoneamento para ZEIS (Zona Especial de Interesse Social)”.

Zezito conta que a ocupação tem recebido apoio de vizinhos do terreno, que ajudam levando água, comida e até mesmo roupas. Ele lembra que toda ajuda é bem vinda, já que o local conta com muitas crianças, que necessitam de água a todo instante.

Quem deseja ajudar os moradores da ocupação Nova Palestina pode entregar água, saco de arroz, feijão ou qualquer outro tipo de mantimento e verduras e legumes, na cozinha central, que fica na parte alta da rua Clemacy, um cruzamento na altura do número 7.300 da Estrada do M’Boi Mirim.