Revelado quanto Porto Alegre deve gastar com limpeza após enchentes

O mês de maio foi devastador para o Rio Grande do Sul, com chuvas extremas causando estragos imensuráveis em numerosos municípios. Os moradores foram obrigados a confrontar uma paisagem de destruição, que transformou ruas em rios e casas em ruínas submersas. Neste cenário, uma operação massiva de limpeza teve início, buscando não apenas remover os escombros, mas também promover uma gestão mais eficiente e sustentável dos resíduos.

Em Porto Alegre, a capital do estado, a administração pública se deparou com o desafio de gerenciar 85 mil toneladas de lixo, incluindo móveis danificados e lama. Esta situação acarretou uma revisão completa dos processos de descarte e reciclagem na cidade, visando uma abordagem mais ecologicamente correta e eficiente ante a gestão de resíduos.

Impacto das enchentes e necessidade de gestão de resíduos

A magnitude da limpeza pós-tragédia requer um investimento considerável em pessoas e recursos. Carlos Alberto Hundertmarker, diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), comparou a situação a uma “operação de pós-guerra”. Foram mobilizados mais de 450 equipamentos pesados e a contratação emergencial de serviços de outras regiões para dar suporte à enorme demanda. Somente após as inundações, a cidade capital do Estado planeja desembolsar R$ 100 milhões para realizar a limpeza urbana.

A crise revelou a importância de estruturas sólidas para a gestão de resíduos em situações de desastre. A cidade focou em separar resíduos inertes dos orgânicos e intensificou a reciclagem de materiais como madeira. Carlos Gomes, secretário de Habitação e Regularização Fundiária, sublinhou a necessidade de leis que apoiem a reciclagem e a melhor preparação das cooperativas locais, vitais no processo de triagem e recuperação de materiais recicláveis.

Mesmo com legislação como a Lei 14.260/2021, incentivos específicos para a reciclagem e distribuição justa de recursos ainda são necessários. A eficácia dessas medidas será crucial para não apenas limpar o presente, mas também para preparar a região para futuras adversidades, garantindo que a sustentabilidade esteja no centro das políticas públicas.