Redução de nascimentos e aumento de óbitos no RS geram preocupação

A recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na última quarta-feira (27), traz dados reveladores sobre a dinâmica populacional no Rio Grande do Sul (RS). O estudo, que compila dados de nascimentos, casamentos civis, óbitos, óbitos fetais e divórcios em todo o país, destacou uma tendência preocupante no estado: a diminuição significativa no número de nascimentos e um aumento expressivo na quantidade de óbitos.

Em números concretos, durante o ano de 2022, foram registrados 120.605 nascimentos no RS, representando uma queda de 15,5% em relação a 2003. Quando olhamos para os dados de óbitos, a situação se inverte. O estado teve um aumento de 46,9% no número de mortes no mesmo período. Esse descompasso coloca em perspectiva o desafio demográfico que o RS enfrenta.

Por que o número de nascimentos está diminuindo no RS?

A pesquisa do IBGE aponta que essa redução no número de nascimentos no RS não é um evento isolado, mas parte de uma tendência que se repete pelo sétimo ano consecutivo. Esse fenômeno não se restringe ao estado, visto que, em uma escala nacional, o Brasil registrou uma queda de 3,5% no número de nascimentos em 2022, comparado ao ano anterior. Entender as razões por trás dessa dinâmica é fundamental para planejar políticas públicas eficazes que possam reverter ou adaptar-se a essa tendência.

Além da queda nos nascimentos, o RS também enfrentou o segundo ano com mais registros de óbitos em sua história, com um total de 103.565 mortes. Esse número é superado apenas pelos dados de 2021, ano marcado pelo auge da pandemia de COVID-19, que registrou um salto dramático no número de óbitos. A continuidade dessa tendência de alta requer atenção e pode estar ligada a fatores como envelhecimento da população, condições de saúde pública e outros determinantes sociais.

Como essa dinâmica afeta o futuro do RS?

A relação entre nascimentos e óbitos é um indicador crucial da saúde demográfica de uma região. No caso do RS, o saldo positivo de pessoas, que indica a diferença entre nascimentos e óbitos, alcançou em 2022 o segundo menor valor desde 2003. Isso sinaliza um encolhimento na base da população, potencialmente afetando desde a composição etária da população até aspectos econômicos, como a força de trabalho disponível e a sustentabilidade dos sistemas de previdência social.

A evolução populacional é um assunto complexo, que abarca múltiplas variáveis e requer um olhar atento por parte dos formuladores de políticas públicas. A pesquisa do IBGE serve como um instrumento valioso, fornecendo dados que podem guiar o desenvolvimento de estratégias para enfrentar os desafios demográficos presentes e futuros.

Diante desse cenário, torna-se imperativo para o RS e para o Brasil como um todo, implementar ações integradas que promovam uma sociedade mais sustentável. Isso passa pela necessidade de fomentar políticas que incentivem taxas de natalidade saudáveis, ao mesmo tempo em que se adotam medidas para garantir qualidade de vida e saúde para a população crescente de idosos.