Presidente do Grêmio detona CBF por continuidade do Brasileirão durante tragédia: “Me sinto agredido”

Alberto Guerra, presidente do Grêmio, expressou sua percepção sobre a atual crise vivida pelo estado do Rio Grande do Sul, resultante das intensas chuvas, durante sua aparição no programa Tá Na Área, do Sportv. Segundo ele, a tragédia natural que se abateu sobre o estado é motivo suficiente para uma revisão no calendário do futebol nacional.

No mínimo, uma ou duas rodadas do Brasileirão deveriam ser adiadas, opina o presidente, diante da gravidade da situação, que afeta diretamente a logística e a estrutura dos clubes locais. O CT Luiz Carvalho e a Arena do Grêmio foram severamente impactados, com imagens que mostram um gramado completamente submerso. O caos se estende ao Aeroporto Salgado Filho, com voos suspensos, complicando ainda mais a situação.

“Eu sou da opinião que deveria parar, no mínimo, a próxima rodada, talvez duas. Mas é muito grave a situação. Alguns demonstraram ser favoráveis. Se todos os presidentes estivessem na nossa condição, pensariam a mesma coisa. Mas não estão, então não conseguem ter a verdadeira dimensão. Alguns foram favoráveis, alguns silenciaram e outros querem acompanhar mais, se mostraram reticentes. Ainda falta muito para melhorar aqui”, disse o presidente do Grêmio

Como o Grêmio e os clubes gaúchos estão lidando com a situação

Com o adiamento confirmado pelo CBF para todos os jogos dos clubes do Rio Grande do Sul até 27 de maio e pela Conmebol para jogos da Libertadores, o cenário é de incerteza. Funcionários e jogadores tentam se adaptar, com treinamentos sendo feitos à distância, e muitos enfrentam problemas pessoais sérios devido às enchentes.

“Futebol é festa, alegria, uma expressão da cultura brasileira. E me sinto agredido vendo comemorar gol em outros estados e a gente sofrendo, corpos boiando, as pessoas morrendo. Muito grave o que estamos vivendo. Não sei onde vamos treinar, jogar. Juro que hoje isso pouco importa. Estamos em uma fase de sobrevivência e de ajudar o próximo, de buscar água, de dar alimento”, finalizou Guerra.