Prefeitura de Porto Alegre não investiu em prevenção contra enchentes, diz site

Porto Alegre enfrenta uma situação crítica. A prefeitura, sob a gestão de Sebastião Melo (MDB), não realizou investimentos significativos no setor responsável pela prevenção de enchentes desde o início de 2023. Esse cenário preocupante revela um descaso com a infraestrutura essencial para a segurança dos cidadãos, conforme mostram os dados do Portal da Transparência.

Investimento contra enchentes em Porto Alegre foi zero em 2023

Historicamente, a cidade possui um sistema de prevenção contra cheias do Guaíba, implementado na década de 70, que inclui muros de contenção, diques e comportas. No entanto, esse sistema não recebe manutenção adequada e foi insuficiente para proteger a população das recentes inundações. De acordo com o UOL, o orçamento destinado a essa crucial manutenção despencou de R$1,7 milhão em 2021 para míseros R$141 mil no ano seguinte, e chegou a zero em 2023.

É paradoxal que, apesar do corte nos investimentos, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) registre um lucro de R$31,3 milhões em 2023. Em um contraste chocante, o departamento enfrenta uma crise de pessoal. Informações do sindicato dos trabalhadores indicam que o DMAE opera com apenas metade dos funcionários necessários para o andamento de seus projetos, incluindo a manutenção do sistema de prevenção a enchentes. Há suspeitas de que o prefeito Sebastião Melo esteja preparando o terreno para a privatização da companhia.

A última semana foi devastadora para Porto Alegre. A cidade viu-se inundada, com milhares de residentes isolados, sem acesso a água e eletricidade. Atualmente, 7.500 pessoas encontram-se em abrigos temporários. O governo federal já decretou estado de calamidade pública na capital e em outros municípios do Rio Grande do Sul, facilitando a contratação emergencial de serviços e compra de materiais.

A tragédia das enchentes levanta questões sobre preparação e resposta a desastres naturais, a gestão pública das cidades e o papel do governo em assegurar a segurança de seus cidadãos. Enquanto um “orçamento de guerra” tramita no Congresso Nacional para lidar com a calamidade, fica evidente a necessidade de revisitar e reforçar as estratégias de infraestrutura e prevenção em Porto Alegre e outras cidades vulneráveis a eventos climáticos extremos.

Este evento trágico serve como um alerta para a necessidade de investimentos constantes e estratégicos em sistema de defesa civil e infraestrutura urbana, evitando que mais vidas sejam colocadas em risco durante eventos de grande escala que têm se tornado, infelizmente, mais comuns frente às mudanças climáticas.