Prefeitura de Porto Alegre busca ajuda do governo para construir cidade provisória

Com a complexidade das enchentes recentes, a cidade de Porto Alegre enfrenta um grande desafio: acomodar aproximadamente 14 mil pessoas que estão distribuídas em quase 150 abrigos temporários pela cidade. A resposta pode estar na construção de uma “cidade provisória”, uma ideia ambiciosa que busca trazer alívio imediato para aqueles que perderam tudo.

O que é a “cidade provisória” planejada por Porto Alegre?

O bairro Porto Seco, conhecido por seu espaço amplo e infraestrutura adequada, foi escolhido como o local ideal para este projeto. A prefeitura de Porto Alegre sugere utilizar uma área pública que não foi atingida pelas inundações para montar a “cidade provisória”, que poderia acomodar até cinco mil barracas, proporcionando refúgio para pelo menos 10 mil desabrigados.

Para tornar esse projeto uma realidade, a prefeitura busca apoio financeiro do governo federal. Essa colaboração é crucial, dado o alto custo e a escala do empreendimento. As barracas seriam fornecidas pela Secretaria Nacional de Defesa Civil e montadas nos galpões das escolas de samba do Complexo Cultural do Porto Seco, garantindo não apenas um abrigo, mas também um ambiente seguro e controlado. As Forças Armadas seriam encarregadas da segurança, necessitando de uma ação direta do presidente da República para decretar uma missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

A “cidade provisória” não seria apenas um conjunto de barracas. O plano inclui a implementação de escolas e mercados para atender às necessidades básicas dos residentes temporários. Essa estrutura proporcionaria uma sensação de normalidade e estabilidade, enquanto as áreas residenciais permanentes dessas pessoas, tais como as ilhas, o bairro Humaitá e o 4º Distrito, são reconstruídas e revitalizadas. A inspiração vem de soluções similares adotadas em tragédias anteriores, como as enchentes nas cidades serranas do Rio de Janeiro em 2011.

Apesar das discussões iniciais e do planejamento, o projeto ainda está em fase de conceituação. A prefeitura, juntamente com o secretário municipal de Comunicação, Luiz Otávio Prates, afirmou que estão sendo consideradas várias alternativas e que o diálogo com o governador Eduardo Leite e o presidente Lula ocorrerá em breve. Enquanto isso, a questão da logística e da mobilização dos voluntários torna-se cada vez mais premente, à medida que os dias avançam e os espaços temporários precisam ser desocupados.