Prefeitura de Porto Alegre anuncia medida para evitar falta de água

Recentes temporais têm transformado a vida dos gaúchos num verdadeiro cenário de emergência. A crise hídrica exacerbada pelas enchentes tem resultado em uma situação desesperadora para muitos. O estado do Rio Grande do Sul enfrenta uma de suas maiores adversidades ambientais.

Situação atual das enchentes no Rio Grande do Sul

O cenário é de devastação em 70% do território gaúcho: dos 496 municípios, 345 registraram prejuízos significativos. As perdas se distribuem entre falta de energia elétrica, escassez de água potável e bloqueios em vias de transporte, dificultando sobremaneira o deslocamento e a logística de auxílio.

Conforme apontado pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, mais de 60 abrigos foram organizados apenas na Região Metropolitana, socorrendo cerca de 9 mil pessoas desalojadas pelas enchentes.

Frente ao caos instalado, o governo do estado decretou estado de calamidade, uma condição reconhecida também pelo governo federal. Tal medida permite uma solicitação mais ágil de recursos federais destinados a ações de defesa civil que incluem desde assistência humanitária até reconstrução de infraestruturas básicas e restabelecimento de serviços essenciais.

Segundo o prefeito, a prioridade máxima está sendo dada às ações de resgate e segurança dos cidadãos em áreas de risco. Além disso, caminhões-pipa estão sendo utilizados para transportar água às regiões mais afetadas, uma vez que apenas duas das seis estações de tratamento de água da cidade continuam operacionais.

“Vou botar o caminhão num campo de futebol de várzea, as pessoas vão lá buscar água e também levar suas bombonas, levar suas garrafas porque eu não tenho condições de passar de casa em casa”, disse o prefeito em entrevista ao Estúdio I.

A situação tende a se agravar com a previsão de mais chuvas. Meteorologistas da Climatempo indicam que a chegada de uma nova frente fria irá provocar mais precipitações, o que pode piorar ainda mais as condições das áreas já afetadas. A baixas temperaturas previstas também são um fator complicador para os resgates e assistência aos desabrigados.

Os especialistas climáticos apontam que as mudanças climáticas têm um papel crucial na intensificação dos fenômenos naturais. No caso do Rio Grande do Sul, os temporais são amplificados por ao menos três fenômenos regionais, exacerbados por um clima global cada vez mais instável.