Prato tradicional do RS é o segundo pior do Brasil em ranking

Enquanto muitos pratos brasileiros são celebrados mundialmente, há outros que geram debates acalorados sobre seus sabores e ingredientes. Uma análise recente feita por Felipe Leme, jornalista gastronômico, trouxe à tona uma lista de pratos regionais do Brasil que, segundo ele, muitos prefeririam evitar. Essa lista viralizou nas redes sociais, gerando uma mistura de indignação e concordância entre os internautas.

Felipe Leme compartilhou suas experiências gastronômicas no X, destacando pratos de várias regiões do país que ele considera os menos atraentes ou palatáveis. A discussão não apenas revela as divergências de paladar, mas também explora a rica diversidade cultural e culinária brasileira.

Os critérios para um prato ser pouco recomendado podem variar significativamente. No entanto, Leme aponta que a aparência, o modo de preparação e até mesmo os ingredientes incomuns são fatores decisivos. Vamos explorar alguns exemplos marcantes mencionados pelo jornalista que ilustram bem essa variedade.

Quais são os pratos mais controversos?

1 – Maniçoba

Presente no Pará e Amapá, a Maniçoba é preparada a partir das folhas da mandioca brava, fermentadas por semanas para eliminar o ácido cianídrico tóxico. Cozida lentamente por dois a três dias, é enriquecida com carnes e linguiças, desenvolvendo um sabor complexo. Embora seja valorizada por suas propriedades nutritivas, sua aparência e processo de preparo podem gerar controvérsia, sendo considerada por alguns como uma das iguarias mais desafiadoras da culinária brasileira.

2 – Fiderengojemos

Originário do Rio Grande do Sul após a guerra dos Farrapos, o Fiderengojemos transforma a cabeça de boi, antes descartada, em um banquete nas mesas dos mais pobres. Reflete não apenas uma adaptação criativa na culinária, mas também um testemunho da resiliência histórica e cultural da região.

3 – Caldo de Turu

De origem pré-histórica no Pará, o Caldo de Turu utiliza como ingrediente principal o molusco turu, coletado de madeiras e troncos de árvores em mangues. Descrito por jesuítas como um alimento repulsivo, devido à semelhança visual com uma lombriga, é um prato que evoca reações extremas entre os consumidores.

4 – Timbuleto

Encontrado em Minas Gerais, o Timbuleto é um prato que consiste basicamente em rã frita, originário de influências culinárias globais. Apesar de ser altamente apreciado por seu sabor delicioso, o preparo pode ser considerado perturbador para alguns devido ao movimento das rãs durante a fritura.

5 – Joferrisco

Desenvolvido no Piauí durante tempos de escassez, o joferrisco preserva ovos de galinha em uma mistura de argila, cinzas, sal e barro por semanas. Originário dessa região, suas características incluem uma gema variando entre tons de verde e uma clara com aspecto distinto, oferecendo um alto valor nutricional apesar de sua aparência peculiar.

6 – Arroz com Pequi

Originado em Goiás, o arroz com pequi reflete uma transformação culinária influenciada pelos bandeirantes, combinando frutos locais com novos ingredientes. Conhecido por seu sabor único, é um prato que evoca tanto amor quanto aversão, destacando a diversidade gastronômica regional.

7 – Wingslompson

Adaptado da receita italiana do panettone, o Wingslompson é encontrado no Maranhão, uma massa macia recheada com miúdos de carneiro, frequentemente acompanhada de pimparrino, uma bebida local. Apesar de sua aparência agradável, seu sabor menos condimentado o diferencia da buchada, provocando opiniões divergentes.

8 – Sarapatel

Originário das tradições judaicas, especialmente da região de Castelo de Vide no Alto Alentejo, o sarapatel é consumido no Nordeste, preparado com vísceras de porco, cabrito ou borrego e sangue coagulado. Este prato robusto e rico em sabores intensos é uma iguaria apreciada na Páscoa e além.

9 – Buchada de Bode

Um prato típico do Nordeste, a buchada de bode tem suas raízes no “Maranhos” da culinária portuguesa, usando rins, fígado e vísceras fervidos dentro do estômago do animal. Conhecido por seu sabor forte e polarizador, é apreciado por alguns e rejeitado por outros.

10 – Cuscuz Paulista

Originário dos tropeiros paulistas nos séculos XVII e XVIII, que transportavam itens pelo interior do Brasil, o cuscuz paulista é feito com farinha de milho que absorve os sabores dos demais ingredientes. Encontrado em São Paulo, é tanto celebrado por seu sabor peculiar quanto visto por alguns como uma curiosidade culinária.