Pesquisadora do RS faz revelação surpreendente sobre a Antártica

Um estudo publicado nesta sexta-feira (14), conduzido por uma pesquisadora do Rio Grande do Sul, revelou uma informação surpreendente sobre a Antártica. Segundo a paleontóloga Joseline Manfroi, a Antártica era atingida por incêndios florestais constantes há aproximadamente 70 milhões de anos.

A informação foi confirmada através da descoberta de fósseis de plantas carbonizadas na camada sedimentar do solo do continente. A paleontóloga afirma as florestas entravam em chamas por conta de cinzas expelidas por erupções de vulcões. Confira abaixo mais informações sobre a pesquisa.

Antártica sofria incêndios florestais há 70 milhões de anos

A pesquisa, publicada em revista científica internacional na última sexta-feira, é a terceira do mundo a abordar o tema. A descoberta se deu após as equipes encontrarem carvão vegetal na camada sedimentar do continente, uma evidência das florestas incendiadas.

De acordo com a paleontóloga, a vegetação que antes cobria a Antártica passou por diversos incêndios originados pelo contato com cinzas liberadas durante erupções vulcânicas. Em fala ao G1, ela afirma que os incêndios moldaram o ecossistema da Antártica de forma gradual.

”Apesar de, na atualidade, a Antártica ser representada por suas temperaturas negativas e possuir 98% do seu território coberto de gelo, ao longo de sua história geológica, ela já esteve com seus ambientes em chamas. E a ação do fogo nestas localidades era frequente e moldava as florestas durante o período Cretáceo, influenciando, inclusive, na evolução e na biodiversidade da vegetação nestas áreas do globo”, explica a pesquisadora.

A pesquisa foi realizada em uma colaboração entre Brasil e Chile, com participação de três instituições gaúchas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade do Vale do Taquari (Univates). Além disso, também há participação de pesquisadores associados à Universidade de São Paulo (USP), ao Instituto Antártico Chinelo e ao Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Imagem: Divulgação / Arquivo Pessoal