Padre gera revolta ao vender igreja no RS

A decisão de um padre de vender uma igreja tradicional causou revolta em moradores de uma cidade do Rio Grande do Sul. O caso ocorreu no bairro Vila da Palha, em Pelotas: a Igreja Nossa Senhora Aparecida, erguida em 1980, foi vendida pela Mitra Arquidiocesana.

Em uma transação de R$ 40 mil, o imóvel agora será transformado em uma residência familiar. O templo foi construído pela própria comunidade e sua venda transtornou a população local, que não tem mais acesso a uma igreja na região. Confira abaixo mais informações sobre o caso.

Padre se pronuncia sobre venda de igreja

A decisão foi tomada pelo padre Marcus Bicalho Pinto Rodrigues. Em fala para o portal GZH, ele afirma que a comunidade não usava mais o local e também não era de maioria católica. Segundo o padre, a igreja apresentava riscos estruturais, fiação danificada e estava com contas de água e luz pendentes.

O casal que adquiriu o imóvel defende que a igreja estava abandonada. Nancy e Luiz Oliviera são donos de uma mercearia ao lado e compraram o terreno para transformar em residência para sua filha mais nova viver com o marido e sua filha.

De acordo com os moradores, o local não estava abandonado. Os itens recolhidos da igreja, como imagens, estão na casa da aposentada Eloá Fonseca Rodrigues. Os fiéis que frequentavam o templo agora têm que se deslocar quase 1 km para a igreja mais próxima.

A situação ainda pode passar por mais desdobramentos. A Prefeitura de Pelotas está analisando o caso: o secretário de Habitação, Ubirajara Leal, afirma que o terreno da igreja é de propriedade do município. No entanto, no cartório, o imóvel está registrado como propriedade do ex-diácono Carlos Alberto Matias Gama.

Estamos investigando essa questão. Fizemos a regularização da área e esse imóvel ficou de fora por causa das dúvidas que pairam sobre a posse. Tem uma declaração do pessoal da igreja de que fizeram a obra, a comunidade diz que foi ela que fez. Pela prefeitura, o terreno pertence ao município e qualquer venda é irregular. O caso está sendo estudado pela Procuradoria Jurídica do município”, afirma o secretário de Habitação.

Imagem: Reprodução / Lauro Alves / Agencia RBS