Mulheres ganham 22,4% a menos que os homens no RS; veja dados

Um estudo recente divulgado em Brasília mostra uma realidade preocupante: a desigualdade salarial entre homens e mulheres persiste no país. Apresentado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, o primeiro Relatório Nacional de Transparência Salarial oferece um panorama detalhado dessa questão, concentrando-se em dados coletados em 2022.

Segundo o relatório, no Rio Grande do Sul, as mulheres ganham 22,4% a menos do que os homens, uma disparidade maior que a média nacional de 19,4%. Esse levantamento analisou 49.587 estabelecimentos brasileiros que possuem cem ou mais empregados, destacando-se as diferenças significativas não apenas de gênero, mas também de cor da pele.

Diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil

Os dados nacionais refletem uma situação igualmente complexa. No Brasil, a diferença salarial chega a 19,4%, com as mulheres negras sendo as mais afetadas nesse cenário. Em cargos de liderança, a disparidade é ainda mais gritante: mulheres ocupando posições de dirigentes e gerentes ganham 25,2% a menos do que os homens.

No levantamento sobre políticas de incentivo à contratação, o Rio Grande do Sul aparece com um dos índices mais baixos. A pesquisa também revela que poucas empresas no estado adotam planos de cargos e salários ou carreira que beneficiem igualmente homens e mulheres. Em contraste, estados como Maranhão e Rondônia apresentam práticas mais equitativas neste aspecto.

A análise por cor da pele mostrou que, no Rio Grande do Sul, homens não negros recebem em média mais do que todas as outras categorias, enquanto mulheres negras têm a menor remuneração média. Este padrão se repete em nível nacional, evidenciado pela menor participação das mulheres negras no mercado de trabalho e por sua remuneração significativamente inferior.

O Relatório Nacional de Transparência Salarial busca não apenas diagnosticar problemas, mas também impulsionar mudanças. As empresas com mais de cem funcionários são incentivadas a publicar seus próprios relatórios sobre igualdade salarial, conforme estabelecido pela Lei de Igualdade Salarial. A iniciativa evidencia a importância de um compromisso contínuo com a transparência e a equidade no ambiente de trabalho.