Mulher em situação de trabalho escravo é resgatada no RS

Neste domingo, foi revelado que uma empregada doméstica de 63 anos foi resgatada em Canoas, no RS, durante uma uma operação conjunta realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), para fiscalizar casos de trabalho escravo doméstico.

A mulher trabalhava na residência há 47 anos e nunca recebeu salário e nem teve sua carteira assinada, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. A PRF ainda afirma que o crime se categoriza como trabalho escravo moderno.

De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho no RS, a mulher chegou na casa aos 16 anos de idade e trabalhou para três gerações diferentes. “Ela vinha de uma família muito pobre, sofria maus tratos e ali ela ficou trabalhando por moradia, alimentação e itens de necessidade básica no quartinho da empregada. E ela começou com a avó, passou para a filha e hoje está com a neta. Desempenhou todas as atividades foi cuidadora de idosos, foi babá e fazia a limpeza de duas residências”, disse a auditora-fiscal do trabalho, Lucilene Pacini.

Operação encontra mais irregularidades trabalhistas no RS

Após o resgate, o empregador da mulher firmou um termo de ajuste de conduta com o Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública da União, para tratar das questões salariais, verbas rescisórias e indenização por dano individual. O Ministério do Trabalho e Emprego também encaminhou a vítima para que ela possa dar início a sua aposentadoria e para receber o pagamento do seguro-desemprego.

Além da residência em Canoas, também foram feitas vistorias também em endereços em Porto Alegre, Eldorado do Sul e em um sítio localizado em Triunfo. A operação averiguou as situações de outra empregada doméstica, uma cuidadora de idosa e um caseiro. Em todos os casos, foram registradas irregularidades trabalhistas, mas sem configurar trabalho escravo.

A operação foi realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Defensoria Pública da União para fiscalizar casos de trabalho escravo doméstico na Região Metropolitana de Porto Alegre.