Investimento em importante serviço de Porto Alegre sofre maior queda em dez anos

Com a fome e a luta para sobreviver, cada vez mais filas se formam em frente aos restaurantes populares, inclusive os de Porto Alegre, capital do estado em que 14% da população é desprovida de alimento.

Porto Alegre abriga cinco restaurantes populares, nas cidades de Vila Cruzeiro, Rubem Berta, Restinga, Lomba do Pinheiro e no Centro, que serve cerca de 400 refeições diariamente. Os demais distribuem apenas 100. Atualmente, homens que vivem nas ruas e idosos que não possuem condições de comprar alimentos, são grande parte do público que frequenta esses locais.

Ao ser entrevistada por Amanda Bernardo, Babiton Leão, Gabriel Nunes Reis, Isaias Roberto Rheinheimer e Juliana Henzel Peruchini, a vereadora e representante do Brasil na Frente Parlamentar contra a Fome da América Latina e Caribe da FAO, Laura Sito (PT), faz críticas à precariedade de combate à fome. “Na cidade de Porto Alegre, são cerca de 140 mil pessoas que sofrem com insegurança alimentar grave, mais ou menos 10% da população total da cidade”. A reportagem foi publicada pelo Extra Classe.

Além de vereadora e representante na Frente Parlamentar, Laura também é criadora do projeto Coletivo Multiplicidade, que cria políticas públicas para enfrentar a fome e a insegurança alimentar por meio de entrega de alimentos à pessoas que vivem nas periferias de Porto Alegre.

Laura é responsável por fiscalizar os repasses feitos pela Prefeitura às sociedades ligadas ao Coletivo Multiplicidade, e afirma que as reclamações sobre atrasos são frequentes.

Poucos recursos e mais fome em Porto Alegre

Segundo o Ministério da Cidadania, em setembro de 2022, mais de 212 mil pessoas estavam em situação de pobreza ou extrema pobreza na capital do Rio Grande do Sul.

Apesar da situação crítica, a Prefeitura tem investido cada vez menos na Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC), órgão de Porto Alegre responsável por ajudar famílias que se encontram em situação de  vulnerabilidade e risco social. O segundo menor investimento na Fundação foi feito neste ano.

Atualmente, a Prefeitura conta com quatro programas que oferecem alimentos àqueles que precisam. Entretanto, a fome na capital está muito longe do fim.