Instituto de saúde do RS se afunda em dívidas e pode realizar demissão de funcionários

O Instituto de Cardiologia (IC) enfrenta uma grave crise financeira, acumulando uma dívida de R$ 45 milhões, o que tem causado atrasos nos pagamentos de salários dos funcionários. A Fundação Universidade de Cardiologia (FUC), responsável pela administração do IC, confirmou essa situação o portal GZH. Para tentar conter os prejuízos, a gestão está considerando a possibilidade de não atender mais pelo IPE Saúde a partir de agosto.

Além disso, demissões de colaboradores são vistas como medidas necessárias para buscar o equilíbrio financeiro. Atualmente, o IC conta com cerca de 1,4 mil funcionários. A direção do instituto está buscando soluções para enfrentar essa crise, incluindo a contratação de uma gestão hospitalar e consultoria especializada.

Dificuldades financeiras e pendências no IC: O desafio de manter o Instituto de Cardiologia em funcionamento

Na última sexta-feira (14), os funcionários do IC, que haviam iniciado uma greve devido ao atraso nos salários, decidiram suspender a paralisação. A direção do instituto quitou os salários atrasados e firmou um acordo com o Sindisaúde, o que levou à suspensão da greve. Além dos salários atrasados, o instituto também possui pendências no depósito do FGTS dos trabalhadores e há alegações de irregularidades nos pagamentos de férias, conforme afirmado pelo sindicato.

A situação tem afetado profundamente os funcionários, que relatam dificuldades financeiras para arcar com despesas básicas do dia a dia. A preocupação vai além da administração e dos trabalhadores, uma vez que o Instituto de Cardiologia desempenha um papel fundamental no atendimento de cirurgias cardíacas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado. Em 2022, o IC foi responsável por realizar quatro em cada 10 cirurgias cardíacas feitas pelo SUS no Rio Grande do Sul, consolidando-se como uma referência na área.

No entanto, os recursos destinados ao IC pelo poder público e pelos convênios são insuficientes para cobrir os custos operacionais mensais, que variam entre R$ 16 milhões e R$ 18 milhões. O IPE destina uma média de R$ 1,6 milhão mensalmente ao instituto, enquanto a prefeitura de Porto Alegre, responsável pelos repasses do SUS na capital, repassa cerca de R$ 5,7 milhões. Esse déficit operacional de aproximadamente R$ 5 milhões ao mês coloca a instituição em uma situação financeira delicada, como aponta Jorge Auzani, cardiologista e diretor-tesoureiro do IC.

Imagem: Divulgação/Governo do RS