Inadimplência: famílias com contas em atraso somam quase 40% da população da Capital

Porto Alegre registra altas taxas de inadimplência. O percentual de famílias com contas a pagar foi de 39,4% no mês de agosto na Capital.

A elevação dos inadimplentes, ainda que siga em patamar elevado, apresenta queda com relação ao registrado em julho, que foi de 40,6%. Esta foi a primeira queda apresentada após um intervalo de 14 altas consecutivas. 

Ainda que o oitavo mês de 2022 tenha apresentado um recuo no registro de inadimplentes em relação ao apresentado no mês de agosto de 2021, quando o percentual registrado foi de 22,4%. 

Os dados coletados sobre as taxas de inadimplência em Porto Alegre foram obtidos através de pesquisa feita pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS) com base em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). 

Alta na inadimplência afeta todo o RS

Mesmo considerando apenas famílias da Capital, o estudo demonstra uma situação de todo o Rio Grande do Sul. 

A pressão da inflação, bem como a permanência dos juros altos e o maior uso de crédito são alguns dos fatores que garantem a permanência da elevação da inadimplência no Estado. 

Segundo a Economista-chefe da Fecomércio RS, Patrícia Palermo, para a GZH, o recuo visto em agosto se deve a uma combinação de fatores como a coordenação orçamentária, além de uma melhora no mercado de trabalho. “A pesquisa mostra que as famílias têm utilizado o crédito como mecanismo de financiamento do consumo corrente. Com o aumento da inflação e dos juros esse ano, a inadimplência foi uma consequência direta. O percentual de famílias que têm pelo menos uma conta em atraso é quase o dobro do ano passado, mas felizmente esse percentual caiu pela primeira vez depois de 14 meses de alta”, disse a especialista.

A inadimplência aparece no cotidiano de cerca de 48% das famílias que possuem renda abaixo de 10 salários mínimos em Porto Alegre. Além de 6,4% dos lares cuja renda é acima de 10 salários mínimos.