Fenômeno responsável por enchentes no RS chega ao fim

Recentemente, o estado do Rio Grande do Sul foi palco de condições climáticas extremas que causaram não só enchentes significativas, mas também uma epidemia de dengue sem precedentes. Este evento climático, conhecido como El Niño, teve início em junho de 2023 e suas consequências foram sentidas ao longo de vários meses.

O que é o fenômeno El Niño e como ele afetou o Rio Grande do Sul?

El Niño é um fenômeno climático temporário que envolve o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Este fenômeno tem uma influência direta em padrões climáticos globais, incluindo aumento de precipitações e tempestades. No Rio Grande do Sul, as chuvas intensas causadas pelo El Niño resultaram em enchentes devastadoras, especialmente nos meses de setembro e novembro de 2023 e maio de 2024.

Historicamente, o El Niño causa chuvas extremas e inundações no território do Rio Grande do Sul, especialmente durante a primavera do ano de seu início e no outono do ano seguinte. Além de desastres naturais como enchentes, o excesso de chuvas desencadeou uma grave epidemia de dengue na região, ilustrando como fenômenos climáticos podem ter repercussões diretas na saúde pública.

A última análise da NOAA (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos) mostra que a anomalia de temperatura da superfície do mar está na faixa de neutralidade, não classificando mais as condições como El Niño. Isso sinaliza uma possível transição para o fenômeno La Niña, que tipicamente se opõe ao El Niño, trazendo temperaturas mais frias nas mesmas regiões do Pacífico Equatorial.

Quando a La Niña deve se tornar dominante?

Projeções da NOAA indicam que o fenômeno La Niña deve começar a se manifestar no início do inverno de 2024, com a transição mais evidente ocorrendo nos próximos meses. As temperaturas mais frias do Pacífico Equatorial influenciarão novamente os padrões climáticos globais, podendo afetar o clima no sul do Brasil de maneiras diversas, desde a diminuição de chuvas até a possibilidade de ondas de frio mais intensas no inverno.

  • Maio a Julho de 2024: 87% de chances de neutralidade climática
  • Junho a Agosto de 2024: 60% de chances de La Niña
  • Julho a Setembro de 2024: 69% de chances de La Niña
  • Agosto a Outubro de 2024: 77% de chances de La Niña

Com base nessas estatísticas, o cenário mais provável é que o Rio Grande do Sul e outras regiões do Brasil experimentem variações significativas no clima nos próximos meses. A preparação para esses fenômenos e uma compreensão aprofundada de seus potenciais efeitos tornam-se essenciais para mitigar impactos adversos, tanto na agricultura quanto na gestão de desastres naturais.

Em contraste com o El Niño, o fenômeno La Niña geralmente resulta em temperaturas mais baixas no Oceano Pacífico Equatorial, afetando padrões de vento, precipitação e temperatura ao redor do mundo. Isso pode levar a um resfriamento global temporário, um efeito importante a considerar no contexto do aquecimento global contínuo.

Com informações de Metsul Meteorologia.