Familiares contestam versão de troca de tiros em morto pelo COE

Familiares e vizinhos do homem morto por agentes do Comando de Operações Especiais da PM (COE), tropa de elite que usa armamentos pesados e roupas camufladas na cor verde, alegam que houve uma execução, e não uma troca de tiros conforme relatado pelos policiais no registro do boletim de ocorrência. Olinto Campos da Silva, de 33 anos, foi atingido por um disparo efetuado por PMs após uma troca de tiros, por volta das 21h30, da última terça-feira, 2, em uma favela da Avenida Presidente Wilson, no Parque da Mooca, zona Leste. Olinto morreu no local, e um PM ferido na perna, foi conduzido ao Hospital Ipiranga, onde passa bem. Segundo a PM, o rapaz fazia segurança para os traficantes da favela e teria reagido à abordagem com um revólver calibre 38. Com ele teriam sido encontrados 100 pinos de cocaína e dinheiro. De acordo com a esposa de Olinto, que não quis ser identificada, o marido ainda chegou a clamar pela vida, aos policiais. “Ele pediu pelo amor de Deus pra não morrer e a polícia deu um tiro à queima roupa nele”. Durante à noite e início da madrugada moradores do local gritavam a palavra “justiça”, em meio aos PMs que permaneciam preservando a área. Olinto Campos da Silva tinha passagens por tráfico de drogas, associação ao tráfico e corrupção de menores. Como houve uma morte envolvendo militares e civil, o caso deve ser encaminhado ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).