Especialistas criticam parques de Porto Alegre e emitem alerta

Após a prefeitura definir, no início deste mês, os detalhes do modelo de concessão do Parque Marinha do Brasil/Trecho 3 da Orla do Guaíba à iniciativa privada, especialistas do ramo ambiental criticaram a decisão.

As críticas se devem ao projeto do espaço, que conta com poucas áreas verdes e muito concreto, ferro e asfalto. A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) e o Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá) avaliam que há uma “destruição do que é vivo” no espaço.

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Falta de transparência no projeto

Além das críticas ambientais, há também uma queixa de falta de transparência com a população gaúcha. Para o presidente da Agapan, Heverton Lacerda, existe um processo de privatização de parques e áreas públicas da capital, em que a Prefeitura fornece poucas informações.

O professor do Instituto de Biociências da Ufrgs e coordenador do Ingá, Paulo Brack, também avalia que o avanço das intervenções nos parques afeta na conservação de áreas verdes da cidade. “Queremos que o governo abra essas discussões com a sociedade antes de complementar essas concessões”, pontuou.

Com isso, os ambientalistas cobram maior participação nas discussões sobre a concessão de áreas verdes, desde o ano passado.

Alerta de especialista

Ainda de acordo com o professor Paulo Brack, a área de preservação deve ser permanente no Guaíba, onde duas espécies de tartarugas colocam seus ovos na margem. “Sabemos que parte do Parque Marinha e da orla foi aterro, mas de qualquer maneira são áreas consideradas aptas para essas tartarugas”, destaca.

Por outro lado, o secretário-adjunto de Parcerias, Jorge Luís Rodrigues Murgas, rebateu as críticas dos ambientalistas e avaliou que a concessão amplia e qualifica os espaços de lazer dos parques.

Foto: Guilherme Almeida / Correio do Povo