Especialista revela ameaças chocantes vindas da Antártica no RS

De acordo com Jefferson Cardia Simões, 64, brasileiro especialista em questões relacionadas à Antártica, vice-presidente do Scientific Committee on Antarctic Research (Scar) e vice-pró-reitor de Pesquisa na UFRGS, gerações futuras correm o risco de viver em um Rio Grande do Sul com 2°C a mais. O especialista concedeu uma entrevista ao Portal GZH e alertou sobre os mistérios que envolvem a Antártica e as preocupações que tem não só com o Brasil, mas com todo o mundo.

Segundo o especialista gaúcho, as frentes frias que atingem o Brasil vem da Antártica e podem estar correndo risco de diminuir, por causa do aquecimento do oceano. Caso isso se torne realidade, o país pode passar por mudanças climáticas drásticas. Além disso, o pesquisador também revela que o nível do mar está aumentando, o que consequentemente tem afetado a costa brasileira.

Especialista se preocupa com evidente atraso do RS

O Rio Grande do Sul é o grande reflexo das mudanças climáticas no Brasil, e as frequentes estiagens e a diminuição das frentes frias são um exemplo disso. Simões também demonstra preocupação sobre o atraso do RS nos estudos sobre o clima, o aumento no nível do mar e principalmente sobre a Antártica.

“O Rio Grande do Sul está atrasado. Precisamos saber quais as consequências para a planície costeira gaúcha com o aumento do nível do mar esperado para os próximos 30 a 80 anos. Temos cenário de aumento de até 1m20cm nos próximos 80 anos. Isso terá consequências sérias no urbanismo litorâneo. A frente da linha costeira gaúcha não será a mesma.”, afirma. “A temperatura também está mudando. Com isso, vão ter que mudar alguns cultivares, expandindo uns e diminuindo outros. Mas aqui faltam estudos. Isso precisa de políticas públicas. Já soou o alerta há muito tempo: temos que investir.”, completa Simões.

O especialista também afirma que no futuro, as temperaturas podem ser mais quentes. “Temos de pensar que a geração dos meus netos viverá em um Rio Grande do Sul 2 °C mais quente, ou mais, com uma distribuição de precipitação diferenciada.”, diz. ‌