Entenda por que o Brasil é dividido em 5 regiões

O Brasil se destaca como o quinto maior país do mundo, com uma extensão territorial de 8,5 milhões de km². Sua imensidão é evidente, sendo o único país dentre os maiores que possui um território contínuo e uma população distribuída por todas as regiões.

Desde a colonização, o país precisou ser dividido em partes menores. Surgiram as capitanias hereditárias, que deram origem às províncias e, posteriormente, aos estados. Mesmo o menor estado brasileiro, Sergipe, é do tamanho de um país como Israel.

O Amazonas, por sua vez, é o maior estado brasileiro, superando até mesmo a Mongólia, que é um dos maiores países do mundo. A dimensão territorial do Brasil é impressionante, com comparações como o Reino Unido cabendo em São Paulo e a Bahia sendo maior que a França.

Devido a essa vastidão, é compreensível considerar outras formas de divisão além das 27 unidades federativas. Desde o século XX, discute-se a divisão por regiões, oficializada pelo IBGE em 1942. Essa diversidade territorial contribui para a riqueza e complexidade do Brasil.

Explorando as Diversas Facetas das Cinco Regiões do Brasil

As cinco regiões do Brasil não são apenas divisões geográficas, mas também compartilham aspectos socioeconômicos e culturais semelhantes. Essa abordagem de agrupamento facilita a compreensão do vasto território brasileiro, permitindo uma análise mais precisa de estatísticas e a implementação de políticas públicas.

É importante ressaltar que as regiões do Brasil são, essencialmente, uma forma de organização para fins de compreensão e análise. Embora existam iniciativas como o Fórum de Governadores da Amazônia Legal e o Consórcio Nordeste, elas surgem do desejo dos estados de se unirem, e não de uma personalidade jurídica própria das regiões. As regiões não possuem autonomia política nem a capacidade de escolher seus próprios representantes.

Região Norte

A Região Norte do Brasil, composta pelos estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá, Pará e Tocantins, abrange uma área de aproximadamente 3,8 milhões de km², correspondendo a cerca de 45% do território nacional. Apesar de sua imensidão territorial, essa região possui a segunda menor densidade demográfica do país, com uma população de aproximadamente 17,8 milhões de habitantes (2022). Embora seja pouco povoada, destaca-se a presença da cidade de Manaus, que figura entre as 10 maiores cidades brasileiras.

Região Nordeste

Os estados que compõem a região Nordeste do Brasil incluem o Maranhão, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Alagoas e Bahia. Essa região se destaca por abrigar o maior número de estados, totalizando 9, e possuir a maior extensão litorânea do país. Curiosamente, Teresina, capital do Piauí, é a única capital nordestina que não está localizada à beira-mar.

Além disso, é importante ressaltar que o Nordeste desempenhou um papel significativo na história do Brasil, sendo considerado o local de origem do país, com a primeira capital e diversos acontecimentos históricos importantes. Com uma população de aproximadamente 55,3 milhões de habitantes, o Nordeste é a segunda região mais populosa entre as cinco do Brasil.

Região Centro-Oeste

A região Centro-Oeste do Brasil, composta pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal, abrange uma extensão territorial quase equivalente à do Nordeste, com cerca de 1,6 milhão de km². No entanto, sua população é significativamente menor, totalizando aproximadamente 16,4 milhões de habitantes, o que a torna a região menos populosa do país.

Nesse contexto, é possível observar grandes concentrações de pessoas em cidades como Brasília, Goiânia, Cuiabá e Campo Grande, ao mesmo tempo em que vastas áreas da região permanecem pouco habitadas. Esses espaços vazios abrigam extensas propriedades agrícolas, mas também são presumivelmente áreas de preservação ambiental, especialmente nos ecossistemas do Pantanal e do Cerrado.

Região Sudeste

Os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo compõem a região Sudeste do Brasil. Nessa área, há uma expressiva concentração populacional, abrigando aproximadamente 89 milhões de pessoas, o que representa cerca de 40% da população total do país. Além disso, a região se destaca pela concentração de riquezas, contribuindo com 55% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. É interessante notar que, apesar da relevância econômica e demográfica, o Sudeste ocupa apenas 10% do território brasileiro.

Essa concentração populacional e econômica tem suas raízes em eventos históricos significativos. Desde o período do ouro em Minas Gerais, passando pela escolha do Rio de Janeiro como capital e chegando ao ciclo do café em São Paulo, a região foi palco de importantes atividades que impulsionaram seu desenvolvimento. Além disso, a chegada de investimentos, indústrias e migrantes, tanto do Brasil quanto do exterior, contribuíram para a consolidação do Sudeste como uma região de grande influência no cenário nacional.

Região Sul

Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul compõem a região Sul do Brasil. Caracterizada por ser a região mais fria do país, ela também possui a menor área territorial, abrangendo aproximadamente 574 mil km². Com uma população de cerca de 30 milhões de habitantes, a região Sul apresenta uma densidade demográfica significativa quando comparada aos padrões nacionais, assim como a região Sudeste. Além disso, ela atraiu um grande número de imigrantes, indústrias e investimentos, resultando em bons indicadores econômicos e sociais.

Devido às diversas semelhanças entre as regiões Sul e Sudeste, alguns geógrafos, como Milton Santos e Maria Laura Silveira, propõem a união dessas regiões em uma “Região Concentrada”. Essa ideia faz parte do conceito dos “quatro Brasis”, criado por eles nos anos 2000. Além disso, eles sugerem a transferência do estado do Tocantins da Região Norte, que passaria a ser chamada de Amazônica, para a região Centro-Oeste.

Fonte: Megacurioso

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