Conheça a Capital por outros olhos: livro mostra a história pelos seus cartões-postais

Livro revê a modernização de Porto Alegre a partir de seus cartões-postais

Inventados por Emanuel Herrmanneé em 1869, na Áustria, apenas para mensagens escritas, os postais eram pequenos retângulos em papelão que circulavam pelos correios sem envelope e logo passaram a ter, de um lado, uma figura, e de outro, o destinatário e a mensagem. Elemento da belle époque, foi ícone de um tempo de euforia e progresso que trazia a fotografia como nova invenção. O boom dos postais no Brasil ocorre nesse período.

Com o livro Porto Alegre: Cartões Postais e Crônicas, do pesquisador Miguel Duarte, Porto Alegre se junta às poucas cidades que podem se orgulhar de ter sua história contada por postais.

O autor é um porto-alegrense graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Unisinos e especialista em Ensino e Pesquisa na Arquitetura pela Faculdade Ritter dos Reis. Dirigiu o Arquivo Histórico do Estado e foi Secretário Executivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.

A obra é composta por 285 postais, que registram o desenvolvimento da cidade e mais 36 crônicas sobre a Capital. Porto Alegre: Cartões Postais e Crônicas possui um duplo valor. O primeiro é como levantamento fotográfico: trata-se da primeira obra a reunir postais da cidade. O segundo é pelo seu valor literário, já que suas crônicas descrevem a Porto Alegre da passagem do século 19 para o 20.

O autor apresenta a partir de arquitetura, artes, bairros, ensino, hospitais, igrejas e monumentos, o que reforça as principais imagens da cidade no período. Seguem-se postais sobre o Guaíba, personalidades, o porto, a Praça da Matriz e demais parques, além daqueles dedicados ao Riachinho, à Rua da Praia e aos tipos populares.

As crônicas tratam da transformação da intendência em prefeitura, os mercados, a arte da região, os sepultamentos, os fatos mais marcantes da cidade, em uma abordagem histórica original.