Como é fazer uma trilha no ponto mais alto de Porto Alegre?

O Morro Santana, o ponto mais alto de Porto Alegre com 313 metros acima do nível do mar, é um lugar excepcional para quem deseja fazer trilhas e desfrutar da natureza. Com uma área de mais de mil hectares, o morro possui uma rica diversidade de flora, sendo um local privilegiado para a preservação da biota Mata Atlântica e Pampa.

Além disso, é um ambiente rico em fauna, abrigando 89 espécies de aves, como o pica-pau, 22 espécies de mamíferos, incluindo tatus, macacos e macacos-prego, e 28 espécies de répteis, incluindo cobras venenosas, como víboras e cobras corais, segundo a UFRGS.

Mas como é fazer uma trilha pelo Morro? 

Henrique Lammel, jornalista que já percorreu a trilha, conta que na subida ao Morro Santana, o caminho escolhido foi o de começar atravessando a Vila Colina e seguindo pela face norte da montanha. A primeira parte da trilha se desenvolve dentro da Mata Atlântica, com uma inclinação considerável e pouca exposição ao sol.

Já quase no topo do morro, a trilha chega a uma estrada e se torna completamente exposta. A vegetação de mata é substituída pelo pampa, onde plantas silvestres, como os butiazeiros e ananaseiros, estão em todo o campo, e já durante a subida pela face norte, é possível avistar o Centro de Porto Alegre, Cachoeirinha e Gravataí. Ao atravessar os campos, a trilha segue em direção à face sul, onde se amplia no horizonte a visão do Lago Guaíba e dos morros da Zona Sul.

Já para descer, Henrique decidiu ir pela pedreira Asmuz, desativada na década de 80 e com um papel importante na urbanização da cidade. A pedreira forneceu pedras, cascalhos e britas utilizados na construção do Estádio Beira-Rio e na pavimentação de diversas ruas da cidade.

Apesar de ter uma inclinação íngreme, essa parte da trilha não é sombreada por árvores e matas, o que intensifica a sensação de calor. O local é bastante exposto, com muitas pedras que aquecem o solo.

É recomendado estar preparado fisicamente e levar água, protetor solar, roupas leves e calçados adequados para explorar o Morro Santana, que possui muitas estradas e caminhos. É importante destacar que há várias comunidades remotas com problemas de segurança na área, por isso é recomendado ir em grupo ou pelo menos em dupla.

Para conhecer melhor o local, é possível contatar Sidney Bispo, do Coletivo Visão Periférica, pelo telefone 51 98493 4966 ou pelo e-mail [email protected]. O coletivo tem realizado projetos em conjunto com as comunidades locais, incluindo a instalação de uma biblioteca com mais de mil livros na Vila Colina, além de buscar proteção ecológica, conscientização, geração de renda, compensação social, socioambiental e raiz comunitária.

Imagem: Reprodução / Henrique Lammal