Cientista da Antártica alerta para risco iminente no RS

Em março deste ano, o especialista Jefferson Cardia Simões, brasileiro especialista em questões relacionadas à Antártica, vice-presidente do Scientific Committee on Antarctic Research (Scar) e vice-pró-reitor de Pesquisa na UFRGS, concedeu uma entrevista ao Portal GZH, para o qual alertou sobre os mistérios que envolvem a Antártica e as preocupações que tem com o Brasil e o resto do mundo.

De acordo com o especialista gaúcho de 64 anos, as frentes frias que ocorrem no Brasil vem da Antártica e podem estar correndo risco de diminuir, por causa do aquecimento do oceano. Caso isso ocorra, o país pode passar por grandes mudanças climáticas.

Simões também afirma que o nível do mar está aumentando, o que tem afetado a costa brasileira.

RS não será mais o mesmo devido a mudanças climáticas que ocorrem na Antártica

Segundo o pesquisador, as mudanças climáticas já estão afetando o Rio Grande do Sul e as frequentes estiagens e a diminuição das frentes frias confirmam isso. Simões também afirma que o estado está atrasado nos estudos sobre o clima, o aumento no nível do mar e principalmente sobre a Antártica.

“O Rio Grande do Sul está atrasado. Precisamos saber quais as consequências para a planície costeira gaúcha com o aumento do nível do mar esperado para os próximos 30 a 80 anos. Temos cenário de aumento de até 1m20cm nos próximos 80 anos. Isso terá consequências sérias no urbanismo litorâneo. A frente da linha costeira gaúcha não será a mesma.”, afirma. “A temperatura também está mudando. Com isso, vão ter que mudar alguns cultivares, expandindo uns e diminuindo outros. Mas aqui faltam estudos. Isso precisa de políticas públicas. Já soou o alerta há muito tempo: temos que investir.”, completa Simões.

O especialista ainda diz que a frente da linha costeira gaúcha passará por mudanças irreversíveis e que o nível do mar continuará aumentando, o que afeta diretamente o clima. “Temos de pensar que a geração dos meus netos viverá em um Rio Grande do Sul 2 °C mais quente, ou mais, com uma distribuição de precipitação diferenciada.”, diz. ‌