Cidade do RS registrou maior cheia em 150 anos

Um estudo técnico inédito trouxe à tona dados alarmantes sobre o padrão de cheias na cidade de Lajeado, RS, destacando o ano de 2023 como um marco histórico devido às inundações recordes. Conduzida por uma equipe interdisciplinar de pesquisadores da Universidade do Vale do Taquari – Univates, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e do Serviço Geológico do Brasil – SGB/CPRM, a pesquisa analisou eventos de cheias desde 1939 até os dias atuais, revelando tendências preocupantes e a necessidade urgente de medidas preventivas.

De acordo com os resultados, Lajeado enfrentou, em 2023, as duas maiores enchentes já registradas em sua história. Uma delas, ocorrida em setembro do mesmo ano, ultrapassou a antiga marca de 1941 por consideráveis 66 centímetros, enquanto a cheia de novembro igualou-se a este histórico evento. Tais descobertas ressaltam os desafios impostos pela mudança climática e enfatizam a importância do planejamento urbano e da gestão de riscos de desastres naturais.

Por que as cheias de 2023 em Lajeado foram tão significativas?

Esse questionamento é relevante porque as inundações de 2023 não somente quebraram recordes históricos, mas também demonstraram quão vulnerável pode ser a infraestrutura urbana diante da força da natureza. A equipe de pesquisa aponta que, para além dos números impressionantes, há uma clara mensagem sobre a urgência em adaptar nossas cidades e comunidades às novas realidades climáticas. O estudo sugere a implementação de cartas-enchente para melhor avaliação dos riscos pela população e a necessidade de estudos aprofundados sobre o comportamento do rio Taquari durante eventos extremos.

Quais são as recomendações dos pesquisadores?

  • Elaboração de Cartas-Enchente: Documentos detalhados que ajudam os moradores a compreenderem melhor os riscos de inundação em cada área.
  • Estudos Detalhados: Análises aprofundadas sobre as características do rio Taquari durante períodos de cheia, focando na prevenção de futuras inundações.
  • Medidas de Mitigação: Implementação de ações preventivas para minimizar os efeitos das enchentes e proteger a população.

Essas diretrizes não apenas direcionam para uma melhor preparação contra eventos futuros mas também visam a preservação da memória coletiva sobre as tragédias, garantindo que lições importantes não se percam com o tempo.

O estudo mostra que um entendimento profundo das cheias passadas é crucial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de mitigação e prevenção. A análise de registros históricos, como a realizada pelos pesquisadores, fornece insights valiosos sobre padrões, frequência e severidade das inundações, fundamentais para a preparação de planos de ação mais precisos e robustos contra as adversidades do clima.