Biblioteca Pública do RS recebe exposição em homenagem ao centenário de morte de Marcel Proust

A Biblioteca Pública do Estado (BPE), localizada em Porto Alegre, receberá, a partir desta quinta-feira (1º), a exposição “Caminhos de Proust – Cem Anos Depois”, que faz uma homenagem ao escritor francês no centenário de sua morte. 

O evento é totalmente gratuito e seguirá disponível até o dia 17 de fevereiro, com opção de visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 17h. 

Logo na entrada da biblioteca, um estátua de Marcel Proust construída em tamanho real recebe os visitantes. 

Mais de 200 itens estarão expostos no local, sendo que a maior parte deles foi cedido por um dos maiores colecionadores de manuscritos da América Latina, Pedro Correa do Lago. 

Com curadoria do médico e escritor Gilberto Schwartsmann, a mostra mistura primeiras edições e obras raras de Proust, fazendo uma contextualização da época em que o escritor viveu. “Eu já fui a todas as exposições possíveis e imagináveis sobre Proust na França, na Inglaterra, em tudo quanto é lugar. E não teve, na América Latina, e não sei se do jeito que a gente está fazendo, na Europa, uma coisa tão interessante, tão bem estruturada como essa. E ela vai acontecer dentro de uma biblioteca que está funcionando. Então, é uma experiência incrível e uma homenagem para Proust, que era um apaixonado pelo livro”, conta Schwartsmann em entrevista à GZH.

Proust e a ligação com Porto Alegre

Não é à toa que Porto Alegre será a sede de uma exposição homenageando Marcel Proust. Isso porque o autor possui uma ligação indireta com esta região do país uma vez que a primeira tradução de uma obra do francês foi feita na Capital gaúcha. O autor Mario Quintana debruçou-se, em 1948, sobre a tradução dos quatro primeiros volumes de Em Busca do Tempo Perdido para a editora Globo. 

A própria recomendação de Schwartsmann é, inclusive, uma tradução de Quintana. “Inclusive, para quem não conhece a obra de Proust, um bom início é No Caminho de Swann, primeiro volume de Em Busca do Tempo Perdido. E o Quintana, que traduziu, é um poeta. Ele, então, traduziu de forma poética, bem diferente dessas coisas frias que se encontra por aí. Acho uma boa tradução”, pontua.