Banco acusa Americanas de tentar impedir investigação

Um dos bancos mais renomados do país está acusando a Americanas de tentar obstruir a busca e apreensão de documentos na sede da companhia no Rio de Janeiro.

O Santander, o banco em questão, por meio de ação enviada à Justiça de São Paulo, declara que a empresa “tenta, a todo custo, obstruir o andamento da busca e apreensão”.

“Apenas para exemplificar, apesar de a diligência estar agendada para iniciar às 8h da manhã, o funcionário da Americanas responsável por permitir acesso do perito ao servidor só chegou ao local após as 10h15min, com mais de 2 (duas) horas de atraso – e após alertas dos oficiais de Justiça e da própria juíza sobre o descumprimento perpetrado pela requerida”, afirmam os advogados do Santander na ação.

Graças a Justiça paulista, o Santander conseguiu liberação para fazer fazer buscas e apreensão como forma de criar provas antecipadas para ajudar na apuração das “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões da Americanas.

Americanas se defende das acusações do Santander

Em resposta à Justiça, a varejista diz que tem colaborado e tido postura de boa-fé “desde o início da diligência de busca e apreensão”. A companhia afirma ter apresentando lista de diretores, conselheiros e funcionários dos últimos 10 anos das áreas contábeis e financeiras.

A Americanas diz que o Santander “a fim de justificar a sua despropositada intenção” de ver apreendida a caixa de e-mails de um funcionário do departamento jurídico chega ao cúmulo de criar “absurda tese” de que um colaborador que foi secretário de uma reunião do Conselho Fiscal “deveria ser equiparado a um conselheiro da companhia. Notadamente um disparate!”.

“Esse é o universo de pessoas a cujas caixas de e-mails institucionais deve se restringir a execução da medida de busca e apreensão”, informou a empresa.

A Americanas ainda diz que a “pretensão do Santander extrapola os limites”. A varejista afirma que a Justiça determinou de forma clara a busca e apreensão das “mensagens de caixas de ‘e-mails'” institucionais dos diretores, membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e do Comitê de Auditoria da Americanas atuais e que ocuparam o cargo nos últimos dez anos, incluindo as sociedades incorporadas pela companhia, e de funcionários das áreas de contabilidade e finanças, atuais ou que ocuparam o cargo nos últimos dez anos.