Por votação do Plano Diretor sem-tetos protestam em frente à Câmara Municipal de SP

Cerca de 1.500 mil pessoas, que integram coletivos que lutam por moradia, se reuniram desde às 10h desta quarta-feira, 23, na praça da República, região central de São Paulo, e seguiram em marcha até a Câmara dos Vereadores, no Viaduto Jacareí. Por volta das 12h, o viaduto estava interditado. A intenção dos moradores sem-teto, que em sua maioria pertencem ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e à Frente de Luta por Moradia, é pressionar o trabalho dos vereadores que devem votar em primeira estância o Plano Diretor, que irá mapear regiões durante os próximos 16 anos.

O Plano Diretor é a principal ferramenta para a destinação de áreas para construção de habitações populares. Uma das áreas de disputa é um terreno cravado dentro do Parque Estadual da Guarapiranga, no Jardim Ângela, extremo Sul, que mede mais de um milhão de metros quadrados. Ocupado desde novembro de 2013 por integrantes do MTST, a ocupação Vila Nova Palestina conta com mais de oito mil famílias, alojadas em 21 grupos. O pedido do MTST, é que o espaço, que hoje está protegido por lei, passe a ser uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), e que a prefeitura possa em uma parte da área destinar para construção de casas populares, e numa maior parte, seja preservada a flora e fauna natural.

O ato ainda pede a demarcação das terras para índios, que lutam por uma nova distribuição de hectares, em aldeias na capital, nos bairros de Parelheiros, no extremo Sul, e Jaraguá, no extremo Norte.
O manifesto assinado pelo MTST e pela FLM, ainda conta com o apoio da Central de Movimentos Populares, União dos Movimentos de Moradia de São Paulo, Moradia Para Todos e Aeroporto Paralheiros Não!, que é contra a construção de um aeroporto em área de manancial.

Entre as pautas estão: “priorizar o transporte coletivo, melhorando a qualidade e diminuindo o tempo das viagens; trazer a moradia para perto do trabalho e dos eixos viários, pela implantação dos corredores e faixas exclusivas e das ciclovias na cidade; não aos despejos, por uma política de regularização fundiária e urbanização e garantir uma cidade inclusiva para os jovens, negros e negras, crianças, mulheres idosos, população em situação de rua, LGBT e pessoas com deficiência”.