No Anhembi vazio, Jovem e Independente prestam homenagem a santista morto

Diante de um clima pesado no final da noite da última segunda-feira, 3, e início da madrugada desta terça-feira, 4, torcedores das escolas de samba Torcida Jovem do Santos (TJS) e Tricolor Independente (TTI), ligada ao São Paulo Futebol Clube, sequer trocaram olhares, afagos ou provocações. Com um forte aparato de segurança, digno de dias de jogos de futebol, a Polícia Militar escoltou os integrantes das torcidas organizadas rivais e os separou com cautela nas arquibancadas.

Após a morte do segurança Márcio Barreto de Toledo, de 34 anos, filiado à Torcida Jovem, e morto brutalmente na noite do último dia 23, espancado por são-paulinos na Radial Leste, na altura do bairro da Penha, na Zona Leste, o Ministério Público, a PM, e União das Escolas de Samba de São Paulo (UESP) temiam por um revide por parte da torcida santista. Por conta do temor, os torcedores tricolores que foram os quartos a desfilarem no Anhembi, tiveram que deixar à arquibancada assim que terminou o desfile de sua agremiação.

A Jovem levou uma faixa homenageando seu componente morto, além de fazer um minuto de silêncio antes do desfile pelo Grupo I. “Márcio era um menino bacana. Pai de família com filho de cinco meses. Ele foi morto covardemente. Eu repudio sempre isso. Esses anos todos, são 35 anos de alegria. São 35 anos de paz no Carnaval de São Paulo. Que Deus abençoe o Márcio e sua família. Esse Carnaval é dele”, disse Cosmo Damião, fundador e presidente de honra da TJ.

A Torcida Independente chegou a fazer um minuto de silêncio antes de sua apresentação. Alheio à tensão entre as duas organizadas, a corintiana Camisa 12 também desfilou e, segundo um dos seus diretores, foi orientado para que os torcedores não caíssem em provocações e se assim que o desfile da agremiação acabasse, deveriam ir direto para casa.

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